Greve nos matadouros públicos dos Açores "com forte adesão"
22 de mai. de 2023, 11:43
— Lusa/AO Online
"Tudo
indica que a adesão é muito forte a esta greve, como não podia deixar
de ser", disse João Decq Mota do Sindicato dos Trabalhadores em Funções
Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA).Segundo
o sindicalista, "o matadouro de São Miguel está parado, assim como o da
Terceira, o de Santa Maria, e no matadouro do Pico não estão a ser
realizados abates", enquanto nos restantes matadouros "também se
registam adesões à greve".João Decq Mota
adiantou ainda à Lusa que esta manhã houve "uma grande concentração de
trabalhadores à porta do matadouro de São Miguel e na Terceira, na Praia
da Vitória.Os trabalhadores dos
matadouros públicos dos Açores iniciaram hoje uma paralisação, que se
estende até sexta-feira, reivindicando "a integração nas carreiras
especiais que detinham até 2008".João Decq
Mota disse que existem nos Açores 317 trabalhadores nos matadouros
públicos, dispersos pelas nove ilhas, mas "grande parte" destes
funcionários estão concentrados nas instalações localizadas "em São
Miguel e Terceira"."Os matadouros mais
fortes da região, aqueles que têm a ver com a exportação, estão
paralisados, devido à greve, o caso de São Miguel, da Terceira e o do
Pico", sustentou o sindicalista.De acordo
com o sindicato, os trabalhadores dos matadouros exigem "a integração
nas carreiras especiais que detinham até 2008", depois de já terem
apresentado, em 2022, uma proposta neste sentido à secretaria regional
da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, mas "sem qualquer resposta"."Estamos
a registar uma grande adesão como não poderia deixar de ser e a
responsabilidade recai sobre o Governo que poderia ter evitado esta
greve", apontou.João Decq Mota sustentou
ainda estar "em causa uma promessa do Governo Regional de negociar uma
carreira especial para os trabalhadores dos matadouros"."O
Governo vem agora dizer que esta é matéria exclusiva da Assembleia da
República. Sabemos que sim, mas nada impede a negociação de uma ante
proposta de lei para posterior envio à Assembleia da República e teria
muito mais força, porque teria o acordo prévio do Governo Regional e dos
trabalhadores", vincou.