Greve na Rede de Apoio ao Cidadão dos Açores encerrou lojas e outras a "meio gás"
16 de out. de 2020, 14:20
— Lusa/AO Online
A informação foi
avançada numa nota enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores da
Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) num
balanço à paralisação iniciada na segunda-feira, acrescentando que a
greve chegou "aos 100% de adesão no caso de São Jorge".De
acordo com o sindicato, "durante esta greve há a registar o fecho das
lojas da RIAC de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge,
Pico e Flores, destacando que foram “vários os operadores que, apesar
dos seus baixos salários, fizeram o sacrifício de fazer os cinco dias de
greve”.Para hoje, último dia da paralisação, o sindicato prevê que possam encerrar mais lojas e que outras funcionem "a meio gás”.O
presidente da RIAC, Paulo Soares, disse à agência Lusa, que a
participação dos trabalhadores "foi residual, com uma média de 12
trabalhadores neste período da greve, o que representa 9,5% dos
trabalhadores".A RIAC conta com cerca de 130 funcionários."Na
maior parte do dia não fecharam lojas. E registamos uma média de cinco
lojas fechadas no período da greve", esclareceu o responsável.Os
trabalhadores assistentes técnicos da Rede Integrada de Apoio ao
Cidadão (RIAC) dos Açores iniciaram na segunda-feira uma greve que
termina hoje “na defesa do direito à negociação coletiva e pela
dignificação e valorização profissional das suas funções”.Estes
trabalhadores da RIAC têm vindo a fazer vários períodos de greve, em
defesa de "uma carreira específica", alegando o sindicato que o trabalho
que estes funcionários desempenham "é complexo", reivindicando a
criação de uma carreira especial, que permita, entre outras coisas, a
valorização remuneratória daqueles trabalhadores.Na
nota, o SINTAP aponta que os trabalhadores em causa auferem "na prática
salários líquidos inferiores ao salário mínimo nacional", pelo que
"resolveram desde há um tempo a esta parte reivindicar e lutar por uma
valorização profissional da respetiva carreira/funções"."Seria
expectável que fossem os dirigentes e responsáveis políticos da RIAC os
primeiros a cuidarem da salvaguarda e garantia do pagamento de um justo
salário aos seus trabalhadores", sublinha o sindicato.O
SINTAP e os trabalhadores esperam serem ouvidos pelos partidos
políticos com vista "a obter o seu pronunciamento e eventual apoio à
luta pela dignificação e valorização profissional dos trabalhadores da
RIAC", lê-se na nota.O SINTAP refere que
"a saída de 26 trabalhadores formados e experimentados da RIAC nos
últimos tempos" e "a sua substituição por 24 trabalhadores precários de
programas ocupacionais e outros a regime de recibo verde, é uma prova do
descontentamento e indignação destes trabalhadores pela forma como têm
sido tratados pela Vice-Presidência do Governo Regional dos Açores
(VPGRA)".O presidente da RIAC disse à agência Lusa que "são residuais" os trabalhadores naquelas condições."Estamos
a falar de cerca de uma dúzia de trabalhadores ao abrigo de programas e
afetos às lojas", indicou Paulo Soares, esclarecendo que a mobilidade
de funcionários "acontece na RIAC como em qualquer outro serviço" e "é
um instrumento ao serviço da administração e dos trabalhadores".Quanto
à questão da alegada complexidade das tarefas na RIAC, o responsável
garantiu que são “as adequadas à carreira onde estão inseridos e ao grau
de formação dos próprios trabalhadores”.O executivo açoriano tem sublinhado que não tem competência legal para criar carreiras específicas.A
RIAC abriu o primeiro espaço em 2004 e tem 54 lojas nas nove ilhas dos
Açores, que permitem fazer documentos de identificação pessoal ou do
carro e aceder a serviços da Segurança Social, de saúde ou relacionados
com o pagamento de contas de serviços públicos, entre outros.