Greve Feminista Internacional convocada para dia 08 de março
4 de mar. de 2021, 16:10
— Lusa/AO Online
“Sabemos que a crise
sanitária nos impôs restrições por razões de saúde pública, mas nas
nossas vidas não existe tempo, nem lugar de espera, porque as
violências, discriminações e desigualdades múltiplas já existentes, se
multiplicaram e aprofundaram”, justifica a plataforma em comunicado
enviado à Lusa.Considerando que é
“imprescindível a ocupação de espaço público”, a plataforma vai realizar
às 16h30 (menos uma nos Açores) do dia 08 de março uma emissão em direto no canal Greve
Feminista PT, desde a Praça Luís de Camões, em Lisboa e Praça do
Marquês, no Porto.Os participantes podem
acompanhar ‘online’ a partir das redes sociais e do sítio da plataforma,
que divulgará um “Kit Manifestação”, para que todas as pessoas possam
participar ativamente na Greve Feminista da maneira que desejarem.“Tirar
uma foto com um cartaz, sentadas no sofá, colocar algo à janela, ligar
umas colunas ao computador para transmitir a nossa emissão live para
toda a vizinhança, cantar, dançar” são alguns dos exemplos dados sob o
mote que as manifestações não têm só uma forma e não são estanques,
havendo espaço para a performatividade e criatividade.A
Greve Feminista Internacional apela à partilha de fotos e vídeos nas
redes, identificando a página e utilizando os ‘hashtags’
#grevefeminista2021 e #8marco2021.A
plataforma Greve Feminista Internacional sublinha que a crise sanitária,
social e económica tem um impacto mais expressivo na vida das mulheres.“As
diferentes jornadas de trabalho que a maioria das mulheres acumula,
passaram da acumulação à sobreposição, tendo o trabalho assalariado, o
trabalho doméstico e dos cuidados acontecido, muitas vezes, ao mesmo
tempo”, esclarece o comunicado.Esta greve
tem como objetivo colocar a vida no centro, “reclamando a valorização do
trabalho de cuidados e doméstico - trabalho este desvalorizado aos
olhos da sociedade, executado maioritariamente por mulheres (90%), mas
imprescindível para a sobrevivência de todas e todos nós”.O
movimento defende uma sociedade livre de opressões, que garanta
direitos, igualdade, equidade e justiça social a todas as mulheres.“Reivindicamos
a plena aceitação da diversidade humana, a autodeterminação, o direito
sobre os nossos corpos e direito ao prazer, o acesso à saúde sexual e
reprodutiva, o reconhecimento do trabalho informal e de cuidados, o fim
da precariedade à qual nos submetem constantemente”, sintetiza.