Greve em IPSS nos Açores deixa "serviços fechados e outros a meio gás"
28 de out. de 2021, 12:53
— Lusa/AO Online
A
informação foi adiantada à agência Lusa pelo dirigente sindical Luís
Armas, a propósito da paralisação convocada pelo SINTAP - Sindicato dos
Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos,
como protesto pelos aumentos propostos pela União Regional das
Misericórdias dos Açores (URMA) e pela União Regional das Instituições
Particulares de Solidariedade Social dos Açores (URIPSSA), que não vão
além de 01%.A greve teve início às 00h00 e
termina às 24h00 do dia 29 de outubro. Repete, num segundo período e
nos mesmos moldes entre as 00h00 do dia 02 e as 24h00 do dia 03 de
novembro. "A Associação de Pais e Amigos
dos Deficientes da ilha Faial está encerrada, assim como o Centro de
Atividades Ocupacionais da Santa Casa da Misericórdia da Horta e ainda o
Lar das Criancinhas da Horta. Já a Casa de Infância de Santo António,
na Horta, está a funcionar a meio gás", adiantou Luís Armas.Ainda
de acordo com o sindicalista, no Pico "a creche da Santa Casa da
Misericórdia da Madalena está a funcionar com perturbações, mas a creche
da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico encontra-se encerrada".O dirigente sindical adiantou ainda à Lusa que "no Lar de Idosos das Lajes do Pico estão a ser cumpridos os serviços mínimos".Na sexta-feira, o sindicato "fará um balanço com a adesão ao primeiro período de greve", indicou.Luís Armas disse que "há uma enorme insatisfação e descontentamento junto dos trabalhadores" das IPSS.Em
causa "estão aumentos salariais e ainda não houve luz verde por parte
das entidades empregadoras", apontou, lembrando que entre as
reivindicações está também "a revalorização profissional e remuneratória
dos técnicos superiores" e "a criação de novas categorias”.
De acordo com os dirigentes sindicais, há pelo menos dois mil
trabalhadores afetos ao SINTAP que desempenham funções em instituições
particulares de solidariedade social nos Açores, e aproveitam a ocasião
para apelar à sua mobilização e participação nestas jornadas de luta.
O SINTAP reivindica um aumentam salarial para estes trabalhadores de,
pelo menos, 2,5%, percentagem que consideram ser “justa”, garantindo
que, apesar do pré-aviso de greve lançado, estão disponíveis para
desconvocar a paralisação, caso haja uma verdadeira abertura ao diálogo
por parte das IPSS’s. “Reivindicamos a
apresentação de uma proposta concreta e objetiva, por parte dos
representantes das instituições sociais e das misericórdias da região,
para que se possa proceder, de imediato, à abertura de um verdadeiro
processo negocial, em que impere, efetivamente, o princípio da boa-fé”,
explicou Luís Armas. De acordo com os
dados divulgados pelo SINTAP/Açores, os primeiros três escalões de
rendimentos dos trabalhadores afetos às IPSS e Misericórdias da Região
auferem todos do salário mínimo, uma vez que os seus vencimentos base
não foram atualizados durante vários anos, e acabaram por ser
“absorvidos” pelo ordenado mínimo regional.