23 de jul. de 2024, 12:49
— Susete Rodrigues/AO Online
De acordo com Anabela Lopes, dirigente
sindical do Sindicato dos Médicos da Zona Sul afeto à FNAM, o
Centro de Saúde da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, está com
80% dos médicos em greve, o Centro de Saúde de Angra do Heroísmo,
na Terceira, com 65% de adesão e o Centro de Saúde da Lagoa tem
cerca de um terço de adesão à greve. Pelo menos uma sala de
cirurgia encerrou no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira. Em
outros centros de saúde os números são mais residuais.
Anabela Lopes, em declarações à
Rádio Açores TSF explicou que os dados são difíceis de obter
porque “além de estarmos no período de férias, temos o maior
hospital da Região a trabalhar em diversos locais, devido ao
incêndio de maio”.
A dirigente sindical afirmou ainda que
alguns médicos na Região gostariam de estar em greve, “mas não
conseguem porque alguns vão de férias em breve e quem faz greve
remarca os utentes para um futuro próximo e, em consciência, não
fizeram porque não tinham agenda para marcar as consultas”.
No que diz respeito às reivindicações dos
médicos, Anabela Lopes, começa por afirmar que são as mesmas para
o Serviço Nacional de Saúde como para o Serviço Regional, e passam
pela “passagem do horário de trabalho novamente para as 35 horas; pela redução das listas de utentes para que os médicos de família
possam atender de forma mais precisa os seus paciente; pela redução
do número de horas a prestar em serviço de urgência para que os
médicos possam garantir mais tempo, quer para internamentos quer
para a consulta externa; colocar os internos – que são um terço
dos médicos em Portugal - dentro da carreira médica; e que a
negociação das grelhas salariais seja realizada até ao mês de
setembro, por forma a termos no Orçamento de Estado para 2025 o
resultado destas negociações. Na Região temos a acrescentar o
subsídio de fixação”.
Anabela Lopes, disse ainda que “nos
Açores tal como no Continente, é notório ver uma demanda de
médicos do público para o privado, onde têm, além de melhores
salários, muitas melhores condições de trabalho e se calhar menos
pressão”. Por isso “queremos é mais médicos no Serviço
Regional e Nacional de Saúde para que qualquer pessoa, em qualquer
ponto de Portugal e dos Açores, possa ter acesso à saúde”.