Greve dos funcionários judiciais atrasa interrogatório de Bruno de Carvalho
13 de nov. de 2018, 12:14
— Lusa/AO Online
Os
oficiais de justiça estiveram em greve até às 11 horas (menos uma nos Açores), já retomaram o
trabalho, mas voltam a parar a partir das 16 horas (menos uma nos Açores) e, segundo António
Albuquerque, o “interrogatório, caso já tenha tido início às 16 horas (menos uma nos Açores), não
poderá continuar sem a presença dos funcionários judiciais”.De
acordo com o dirigente sindical, Bruno de Carvalho e um dos líderes da
claque Juventude Leonina Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, já
começaram a ser interrogados, depois de terem sido detidos no domingo,
no âmbito da investigação da invasão à academia de Alcochete, em 15 de
maio.À porta
do tribunal, cerca de uma dezena de apoiantes de Bruno de Carvalho
entoaram palavras de ordem a favor do ex-presidente do Sporting, mas o
ambiente esteve sempre pacífico: “Força Bruno” e “os leais estão
contigo” foram algumas das expressões que se ouviram.“Ele
ainda é o meu presidente. Eu não posso falar de inocência quando uma
pessoa não fez nada. Qual é o crime pelo qual ele está aqui? Eu não
sei”, disse à agência Lusa a apoiante Paula Vasco.Na
mesma linha de pensamento seguiu Sara Dias, que lamentou o facto de
Bruno de Carvalho estar a ser condenado na praça pública ainda antes de
qualquer julgamento.“Espero
que o juiz e as pessoas que estão neste processo sejam idóneas e que as
coisas sigam com justiça, agora o Bruno de Carvalho já foi condenado há
muito tempo pela população, com a culpa do Presidente da República, do
presidente da Assembleia Geral [do clube] e com muitas pessoas
coniventes”, justificou a apoiante.Pouco
antes do meio-dia, o juiz de instrução criminal do tribunal do Barreiro
Carlos Delca, ao contrário do que tem sido habitual em anteriores
interrogatórios de suspeitos do envolvimento nos incidentes em
Alcochete, ainda não tinha dado qualquer indicação sobre o início do
interrogatório.Em
15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do
clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos
encapuzados, que agrediram alguns jogadores, membros da equipa técnica e
outros funcionários.A
GNR deteve no próprio dia 23 pessoas e efetuou posteriormente mais
detenções, que elevaram para 38 o número de detidos, todos em prisão
preventiva, entre os quais está o antigo líder da Juventude Leonina
Fernando Mendes.Do
ataque resultou o pedido de rescisão de nove futebolistas, alegando
justa causa - alguns dos quais recuaram na decisão -, e levou à
constituição de 38 arguidos, suspeitos da prática de diversos crimes,
designadamente, terrorismo, ofensa à integridade física qualificada,
ameaça agravada, sequestro e dano com violência. Bruno
de Carvalho, que à data dos acontecimentos liderava o clube de
Alvalade, foi destituído em 23 de junho e impedido de concorrer às
eleições para a presidência do clube, das quais resultou a eleição de
Frederico Varandas, atual presidente do Sporting.