Greve de médicos ao trabalho suplementar prolongada até 24 de novembro
9 de out. de 2023, 07:40
— Lusa/AO Online
Num
comunicado enviado à agência Lusa, o SIM explicou que a paralisação
total ao trabalho suplementar, iniciada a 24 de julho, vai manter-se em
todos os dias da semana, “qualquer que seja o período”, em todos os
serviços e estabelecimentos de cuidados de saúde primários (CSP) do
continente e dos Açores.Em causa está a
“incompreensível e desrespeitosa proposta governamental de um aumento
médio, transversal a todos os médicos, de 3,6% para compensar uma perda
de poder de compra superior a 22%”.O SIM criticou ainda a “suspensão unilateral da negociação e a aprovação de disposições legislativas sem o acordo sindical”.No
pré-aviso de greve, consultado pela Lusa, o SIM referiu que a greve
visa “fazer com que os Governos da República e da Região Autónoma dos
Açores forneçam uma resposta efetiva ao caderno reivindicativo
sindical”.A paralisação pretende ainda que
“seja apresentada pelos ministros das Finanças [Fernando Medina] e da
Saúde [Manuel Pizarro] uma proposta de grelha salarial que reponha a
carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da
última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica,
incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função
pública”.O SIM explicou igualmente que os
serviços mínimos durante a greve nacional são os estabelecidos nos
instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho em vigor no Serviço
Nacional de Saúde e no Serviço Regional de Saúde dos Açores.A
greve às horas extra terminava inicialmente em 22 de agosto, mas a sua
conclusão tem sido adiada. Em setembro, foi divulgado um prolongamento
até 22 de outubro, que fica já ultrapassado com o anúncio de hoje.As
negociações entre Governo e sindicatos dos médicos, pautadas por
greves, iniciaram-se em 2022 sem que as partes tivessem chegado a um
consenso sobre matérias fulcrais como a nova grelha salarial e o novo
regime de dedicação plena.Apesar da falta
de acordo sobre a grelha salarial, o SIM considera positivo o fim das
quotas para a transição das Unidades de Saúde Familiar modelo A para
modelo B e a inclusão dos médicos de saúde pública no novo regime de
dedicação plena.O sindicato realizou recentemente greves regionais, em diferentes modalidades.