Greve da função pública começa esta noite nos hospitais e na recolha de lixo
11 de nov. de 2021, 18:06
— Lusa/AO Online
Por
isso, o coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração
Pública, Sebastião Santana, e a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel
Camarinha, vão estar esta noite, no início dos turnos, junto aos
trabalhadores dos serviços de recolha de lixo de Loures e junto ao
pessoal do hospital de S.José, em Lisboa.A
Câmara Municipal de Lisboa anunciou que o sistema de recolha de lixo na
cidade poderá sofrer perturbações entre hoje e sexta-feira devido à
greve e apelou a que “não se abandone o lixo na rua”.Tendo
em conta os plenários e contactos feitos com os trabalhadores da
Administração Pública nas últimas semanas, Sebastião Santana
manifestou-se otimista em relação à participação na greve de
sexta-feira."Vai ser uma grande greve da Administração Pública, porque existe um grande descontentamento", disse à agência Lusa.Segundo
o líder da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, os
efeitos da paralisação deverão ser mais visíveis nos serviços com
atendimento ao público, como a saúde e a segurança social Como é habitual, a greve deverá levar ao encerramento de muitas escolas por todo o país, afirmou Sebastião Santana."Mas a greve vai ter impacto em muitos serviços que não têm visibilidade", disse, dando o exemplo dos guardas prisionais.O
sindicalista lembrou que esta é uma greve de todos os trabalhadores da
Administração Pública porque tem a ver com a falta de resposta do
Governo à proposta reivindicativa comum que a estrutura sindical
apresentou ao executivo socialista, e que inclui aumentos salariais,
revisão de carreiras e do sistema de avaliação."Existe
uma predisposição geral para a greve porque os problemas para os quais
exigimos resposta são comuns a todos os trabalhadores", disse Sebastião
Santana.A Frente Comum (CGTP) reivindica
aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores e um salário mínimo de
850 euros na administração pública, mas o Governo vai fazer uma
atualização salarial de 0,9%.Na
quarta-feira realizou-se uma nova ronda negocial com a equipa do
Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, mas o
Governo não alterou a sua proposta, estando agendada nova reunião para a
próxima semana."Os motivos para a greve
mantêm-se, o Governo não nos deixa alternativa porque não resolve os
problemas dos trabalhadores, porque não quer", considerou Sebastião
Santana.O sindicalista acredita que "a
luta de amanhã vai certamente levar o Governo a perceber os erros que
tem cometido e ainda vai a tempo de mudar de atitude".A
Federação dos Sindicatos da Administração Pública (UGT) também tinha
marcado uma greve para sexta-feira contra a desvalorização dos salários e
carreiras da Administração Pública, mas desmarcou-a na semana passada,
face ao cenário de dissolução da Assembleia da República, por entender
que "a mobilização dos trabalhadores deve ser aproveitada para um
momento mais adequado", nomeadamente para a discussão do futuro
Orçamento do Estado para 2022, caso não seja melhor do que aquele que
foi chumbado.