Greve contra austeridade enquanto Assembleia debate lei de orçamento
França
Hoje 16:35
— Lusa/AO Online
A
manifestação contra a “austeridade orçamental” foi convocada pela
Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Federação Sindical Unitária
(FSU) e o Solidaires.Para Sophie Binet, secretária-geral da CGT, o principal sindicato de França, este dia de mobilização é um “dia de alerta”.A
dirigente defendeu esta manhã aos microfones da rádio pública francesa
ser essencial “manter a mobilização social para poder eliminar todos os
horrores que continuam a constar do projeto de orçamento”.O Ministério da Educação Nacional anunciou uma adesão à greve de 5,27% por parte dos professores. O
setor ferroviário não foi fortemente afetado, registando-se
perturbações localizadas no centro e sudoeste do país, enquanto a rede
de transportes da região parisiense, habitualmente muito afetada,
funcionou quase normalmente.O Ministério
do Interior contabilizou 150 pontos de concentração por toda a França,
cujo impacto se manteve, no entanto, limitado. A
poucas semanas do final de 2025, esta manifestação não contou com a
adesão dos outros dois principais sindicatos do país (Confederação
Francesa Democrática do Trabalho e Força Operária).Os
deputados da Assembleia Nacional francesa estão a debater a segunda
leitura do projeto de lei do orçamento, depois de o Senado ter
modificado e devolvido o texto. Contudo,
continuam a existir os mesmos pontos de discórdia na Assembleia,
nomeadamente sobre a reforma das pensões e o aumento das taxas de saúde.Maud
Brégeon, porta-voz do Governo, anunciou hoje em conferência de
imprensa, após um Conselho de Ministros, que este documento "não será
nem macronista, nem socialista, nem de direita”.Na
segunda-feira, o primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, dirigiu uma
carta aos deputados e senadores, na qual afirmava que “o verdadeiro
perigo para o país” seria “a ausência de orçamento”. Na mesma carta, Lecornu sublinhou ainda que seria “ilusório" acreditar que um país pode avançar sem orçamento aprovado.