Gregos manifestam-se em Atenas contra compromisso sobre nome da Macedónia
4 de fev. de 2018, 12:04
— Lusa / AO online
De acordo com a agência noticiosa AP, centenas de
autocarros estão a atravessar a Grécia até à capital para esta
manifestação, apoiada pela igreja ortodoxa grega, sendo que outros
manifestantes vêm das ilhas através de barco ou de comboio. As
maiores avenidas do centro de Atenas estão já escoltadas pela polícia,
enquanto alguns comerciantes de rua montam barracas para vender
bandeiras gregas e bizantinas, relata a AP. A Grécia rejeita o
nome constitucional de República da Macedónia desde a declaração da
independência -- anunciada por Skopje em setembro de 1991 na sequência
da desagregação da Jugoslávia --, com o argumento de que essa designação
constitui parte integrante da herança cultural helénica, e pelo receio
de reivindicações territoriais na província do norte da Grécia com o
mesmo nome. Por isso, pretende que o vizinho altere a sua designação, acrescentando algo de distintivo. No
passado, decorreram numerosos encontros bilaterais sobre esta questão
mediados pelo enviado das Nações Unidas Matthew Nimetz, mas sem
resultados. Este diferendo tem comprometido os desejos de Skopje
de integrar a União Europeia (UE) e a NATO, com a Grécia a recusar
fornecer o seu apoio até ser encontrada uma solução definitiva. A
Macedónia já é reconhecida por este nome por vários países como os
Estados Unidos, China, Rússia ou Reino Unido. Por outros é designada
como Antiga República Jugoslava da Macedónia. Skopje tem negado
qualquer ambição territorial e, a nível internacional, o pequeno país
balcânico tem sido apresentado como Antiga República Jugoslava da
Macedónia (FYROM). No início de janeiro, o primeiro-ministro
grego, Alexis Tsipras, admitiu que o contencioso poderia ser solucionado
no primeiro semestre de 2018. Caso esteja compromisso seja
estabelecido nos próximos meses, a FYROM poderia ser admitida com a sua
nova designação na NATO durante a cimeira aliada que se realiza em
junho. Em paralelo, tal acordo permitiria desbloquear as negociações de adesão à UE. O
organização do protesto admitiu esperar chegar hoje a um milhão de
manifestantes, depois de ter juntado cerca de 100 mil pessoas numa
manifestação semelhante realizada no mês passado na cidade de
Thessaloniki, no norte da Grécia.