Grau de transmissibilidade está abaixo de 1, mas pode subir com desconfinamento
Covid-19
15 de jun. de 2020, 18:06
— Lusa/AO Online
“Sabemos que, com o alivio das medidas de
confinamento, esse RT andará na casa do 1,00 e poderá ficar um pouco
acima, e é natural que isso aconteça. Aquilo que precisamos de garantir é
que este risco se mantém controlado”, afirmou Marta Temido.Durante
a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19, que
deixa agora de ser diária, a ministra precisou que nos cinco dias
anteriores a 11 de junho, o chamado RT se situava nos 0,97 para a região
de Lisboa e Vale do Tejo, onde se têm registado a maioria dos novos
casos.No entanto, Marta Temido sublinhou
que, apesar dos valores estáveis, a situação epidemiológica em Portugal
tem de continuar a ser acompanhada de perto, num momento marcado pelas
medidas de desconfinamento para diversos setores.Questionada
sobre quais são os critérios que possam implicar um retrocesso na
implementação dessas medidas, a ministra da Saúde explicou que devem ser
considerados diversos fatores, nomeadamente o grau de
transmissibilidade, o número de óbitos e a capacidade de resposta do
Serviço Nacional de Saúde (SNS).“Se
durante vários dias o RT se mantiver acima de 1,00, se o número de
óbitos se voltar a situar em números como aqueles que já tivemos no
passado (…), se os serviços hospitalares e os serviços de cuidados de
saúde primários começarem a registar uma procura que neste momento não
se está a verificar, poderemos pensar em medidas de maior confinamento”,
afirmou.Marta Temido sublinhou, no
entanto, que a reposição de algumas medidas de confinamento, caso seja
necessária, não será “generalista”, como sucedeu em Portugal durante
cerca de dois meses, mas direcionadas aos focos de contágio.“Se
há algo que já aprendemos com esta pandemia é que não vale a pena estar
a aplicar medidas generalistas, quando os focos são muitos específicos e
muito concretos. Temos sim que encontrar soluções que atendam a esses
casos”, explicou, admitindo a necessidade de acautelar as consequências
económicas da pandemia.Marta Temido
adiantou ainda que o SNS está, atualmente, a preparar-se para a “prova
do inverno, em que confluirão gripe e, eventualmente, covid-19”, através
da disponibilização de mais camas nas unidades de cuidados intensivos e
da instalação dos ventiladores que têm chegado a Portugal.