Grande parte da criminalidade é hoje praticada na Internet e redes sociais
24 de mai. de 2019, 13:55
— Lusa/AO Online
Carlos
Cabreiro falava aos jornalistas na sede da Polícia Judiciária (PJ), em
Lisboa, onde decorreu um encontro que juntou vários especialistas do
"ECTEG–European Cybercrime Training and Education Group".A
missão do ECTEG é apoiar o esforço desenvolvido pelas polícias e
magistrados dos Estados membros da União Europeia (UE) na luta contra o
cibercrime, melhorando as capacidades técnicas e científicas em matéria
de formação, investigação e desenvolvimento em parceria com
especialistas das polícias, do mundo académico e do setor privado.Durante
esta semana estiveram reunidos na capital portuguesa um grupo 25
especialistas ECTEG que desenvolvem o projeto e-First, o qual
materializa a entrega de pacotes de formação sobre cibercriminalidade em
14 idiomas da UE.Carlos Cabreiro referiu
que aquele grupo de especialistas produziu conteúdos que estabelecem
prioridades na formação em matéria de cibercriminalidade, tendentes à
"uniformização de procedimentos" e à perceção de que o fenómeno da
cibercriminalidade é global, exigindo por isso, também, uma resposta
global.O diretor do UNC3T salientou que
grande parte da criminalidade - e "não só o crime informático
propriamente dito" - utiliza a internet como meio privilegiado, mas
igualmente as redes sociais, razão pela qual a "criminalidade tem vindo a
evoluir no sentido de ser cada vez mais tecnológica".Até
os chamados "crimes velhos", como, por exemplo, as burlas, são hoje
praticadas pela internet e redes sociais, a par de outros ilícitos como a
falsidade informática e a sabotagem.Numa
altura em que a penetração da internet em Portugal é cada vez mais
elevada, Carlos Cabreiro aproveitou para advertir os cidadãos para os
riscos de no "mundo diferenciado" do ciberespaço não existir a mesma
proteção e as pessoas "estarem muito expostas"."Por
isso, tem de haver um elevado número de medidas para estarmos mais
seguros, quer ao nível dos dados pessoais que são colocados nas redes
sociais e na internet", quer verificando se as plataformas utilizadas
são seguras e não escondem "objetivos maléficos".Quanto
ao projeto e-First, desenvolvido pelos especialistas do ECTEG para
enfrentar os novos desafios criminais, o seu alvo são todos os elementos
das polícias de investigação criminal de um vasto espaço e magistratura
judicial, proporcionando uma plataforma de autoformação com conteúdos
especialmente criados para as áreas da Ciberssegurança e da
cibercriminalidade, compatíveis com as Convenções e diretivas europeias
sobre a matéria.Presentes nos trabalhos do
ECTEG estiveram o seu presidente, Yves Vandermeer, Joana
Cruz-Schilling, representante da Comissão Europeia, Siw Thokle, diretora
de Departamento da PHS (Universidade de Polícia da Noruega), Tania
Vergauwen, comissária do Departamento Regional da Polícia Belga em
Antuérpia e Alexandru Caciuloiu, representante da UNODC/Gabinete das
Nações Unidas contra a Droga e o Crime.