República e Açores querem valorizar centralidade atlântica da Região através da ciência
8 de mai. de 2023, 15:57
— Lusa
“Queremos
afirmar aqui nos Açores a centralidade dos Açores no Atlântico e
converter os Açores numa grande plataforma de investigação do oceano e
da atmosfera. Os Açores têm as condições ideais”, afirmou o ministro
António Costa Silva aos jornalistas.O
governante falava na delegação do Instituto Português do Mar e da
Atmosfera (IPMA), em Ponta Delgada, após a consignação de dois radares
meteorológicos para a região, que vão ser instalados em São Miguel e nas
Flores.Os dois radares vão representar um
investimento superior a cinco milhões de euros, valor que inclui ainda a
implementação de duas estações meteorológicas e dois detetores de
trovoada e que está previsto no Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR).O ministro da Economia reforçou que
aqueles radares eram uma “prioridade” que se discutia “há décadas”,
tratando-se de equipamentos de “última geração” com um perímetro de
observação de cerca de 300 quilómetros”.“Acreditamos
que colocando a ciência, a tecnologia e o conhecimento no centro da
nossa relação com estes fenómenos, vamos melhorar significativamente as
previsões e aumentar o nível de segurança e fiabilidade para a população
dos Açores”, destacou.O presidente do
Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, vincou a
“importância estratégica” dos novos radares e expressou “satisfação” de
se “passar das palavras aos atos”.“A
ciência e a tecnologia desta previsão meteorológica é um magnífico
auxiliar à boa informação preventiva às populações por razões da sua
segurança, tendo em conta o nosso clima e a sua variabilidade”,
assinalou.Bolieiro defendeu ainda que a
“centralidade atlântica” dos Açores pode substituir a “história
ultraperiférica” da região através da ciência.“Os
Açores têm uma magnífica história, mas ainda podem ter um melhor futuro
virado para a ciência. Por isso, a nossa história ultraperiférica pode
ser substituída com ciência pela centralidade atlântica”, destacou o
líder regional.O presidente do IPMA,
Miguel Miranda, lembrou que vão passar a existir mais eventos extremos
devido às alterações climáticas, explicando que os novos radares, que
estarão em funcionamento em 2024, vão aumentar a fiabilidade das
previsões.“Vão haver situações extremas.
Para gerirmos as situações extremas, temos de tomar ações muito pontuais
e focalizadas onde é mesmo preciso. Não podemos parar uma ilha porque
vamos ter um episódio numa freguesia”, considerou.Segundo
disse, Portugal vai passar a ser elemento com direito a voto no sistema
de gestão das tempestades subtropicais e dos furacões no Atlântico
norte da Organização Meteorológica Mundial, cargo que vai ser
desempenhado pelo delegado do IPMA nos Açores, Carlos Ramalho.“Os
radares não estão a observar os Açores. Os radares estão nos Açores a
observar o atlântico. O interesse e a importância disto é muito superior
ao que serei capaz de dizer. (…) A centralidade dos Açores na área
científica vai ter aqui uma expressão óbvia”, concluiu.