Governos dos Açores e da República reúnem-se para debater substituição de cabos submarinos
9 de set. de 2024, 15:07
— Lusa/AO Online
“Vou
reivindicar que a República assuma o seu dever e pague o anel
interilhas. A segurança, a cibersegurança, as comunicações, a
continuidade territorial são um dever da República. É isso que eu vou
transmitir muito claramente ao senhor ministro”, adiantou o
vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, aos
jornalistas à margem de um encontro de Instituições Particulares de
Solidariedade Social, na Praia da Vitória, na ilha Terceira.Artur Lima reúne-se na terça-feira à tarde, em Lisboa, com o ministro as Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.Já
em maio, o vice-presidente do executivo açoriano tinha enviado uma
carta ao ministro a solicitar a “criação urgente” de um grupo de
trabalho para analisar “a solução técnica mais adequada” para a
substituição dos cabos submarinos interilhas.O grupo acabou por ser criado em agosto e deverá concluir os seus trabalhos até 31 de outubro.“Foi
em maio que nós fizemos um conjunto de questões que vamos abordar com o
senhor ministro: o início da obra, porque se começa a esgotar o tempo, a
vida útil do anel interilhas e o seu financiamento”, lembrou Artur
Lima.“Não pode ser o Governo Regional,
obviamente, que não tem meios para isso. Entendemos nós que deverá ser o
Governo da República, naturalmente com fundos europeus, porque também é
importante para a Europa terem os Açores em conectividade total”,
acrescentou.O vice-presidente do executivo
açoriano alertou para a importância dos cabos na cibersegurança e
lembrou que os Açores tiveram recentemente “vários casos de ataques
informáticos”, por exemplo, na Eletricidade dos Açores (EDA) e no
Hospital do Divino Espírito Santo (HDES).Num
despacho, publicado a 13 de agosto, o Governo da República justificou a
criação do grupo de trabalho tendo em conta que "as comunicações
eletrónicas entre sete das nove ilhas dos Açores são atualmente
asseguradas por um sistema de cabos submarinos, o denominado anel
interilhas, formado por ligações que entraram ao serviço em 1998", sendo
que as ilhas das Flores e Corvo são servidas por um cabo submarino mais
recente que entrou ao serviço em 2014.Além
disso, "este sistema, na sua componente submarina e equipamentos
associados, já atingiu a sua vida técnica máxima (25 anos), não sendo
previsível, porquanto ineficiente, realizar investimentos adicionais na
atualização desta infraestrutura e que importa prevenir a sua
obsolescência e inerente risco acrescido de falha intempestiva,
ultrapassado que está o seu período de vida útil".Na
altura, o vice-presidente do executivo açoriano congratulou-se com a
criação do grupo e com o prazo para a conclusão dos trabalhos.Governo
Regional e Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) já tinham
alertado para a necessidade de substituição dos cabos submarinos
interilhas.