Governo vai rever provas nos 1.º e 2.º ciclos para melhorar diagnóstico
Exames
12 de jul. de 2024, 10:53
— Lusa/AO Online
“Vamos
fazer alterações na avaliação externa, nomeadamente no ensino básico, e
acreditamos que com essas melhorias na avaliação externa, os
‘rankings’, por associação, também se tornarão mais úteis”, disse
Alexandre Homem Cristo em entrevista à agência Lusa, a propósito da
divulgação dos ‘rankings’ das escolas.As
alterações, contempladas no Programa do Governo e que deverão ser
anunciadas até ao final de julho, incidem sobre os 1.º e 2.º ciclos e
preveem a substituição das atuais provas de aferição por provas de
aferição universais e obrigatórias a Português, Matemática e uma
disciplina rotativa a cada três anos nos 4.º e 6.º anos.“Vamos
trabalhar ao máximo, dentro das limitações que existem na natureza das
provas, para que a comparabilidade seja, tanto quanto possível, mais
robusta para que as orientações que depois possamos ter a partir dos
resultados sejam também mais precisas e mais acutilantes para
percebermos onde é que temos problemas e podemos intervir”, antecipou.A
propósito dos ‘rankings’ das escolas, divulgados, Alexandre Homem
Cristo não desvalorizou as listagens e, admitindo que têm limitações,
considerou que “um mecanismo de transparência de divulgação dos
resultados deve ser sempre visto como uma mais-valia”.No
entender do secretário de Estado, os ‘rankings’ têm o potencial de
revelar “pistas para perguntas” sobre como melhorar as aprendizagens e o
trabalho das escolas e os dados de contexto permitem melhorar essa
avaliação e “comparar o que é comparável”.Além
do indicador de equidade, introduzido pelo anterior executivo e que
acompanha os alunos carenciados ao longo de cada ciclo olhando para
quantos conseguiram conclui-lo no tempo esperado, este ano o Ministério
da Educação, Ciência e Inovação divulgou também dados sobre alunos
estrangeiros e sobre as escolas inseridas em territórios educativos de
intervenção prioritária (TEIP).“Todos
esses indicadores são importantes, não só para diagnosticar problemas
mas também para não cairmos em falsos diagnósticos de problemas”,
sublinhou o governante.Alexandre Homem
Cristo alertou também para a necessidade de “saber ler” os ‘rankings’ e
questionado sobre a pertinência de comparar, por exemplo, os resultados
dos exames nacionais do ensino secundário de ano para ano, quando as
provas são sempre diferentes, explicou que o objetivo é sempre manter um
nível de dificuldade semelhante, mas “a comparabilidade tem
limitações”.“Vemos que quando as médias
dos alunos oscilam um valor, para cima ou para baixo, há sempre a ideia
de que os alunos poderão ter melhorado ou piorado na proporção daquele
valor, o que é uma ideia enganadora porque, lá está, as avaliações nem
sempre são comparáveis”, justificou.Ainda
assim, insiste na utilidade destas listagens e sublinha a vantagem de
desafiar “toda a sociedade civil a fazer as análises que considera mais
pertinentes. Com essa riqueza de análises é que nós tiramos os
diagnósticos”, concluiu.