Governo vai rever estatuto da Polícia Marítima e reforçar quadro em mais 50 elementos
4 de out. de 2024, 10:53
— Lusa/AO Online
"Tenciono atualizar o estatuto e
a lei orgânica da Polícia Marítima, garantindo uma adaptação aos nossos
tempos", um processo que será feito até ao final do ano, disse Nuno
Melo, em declarações aos jornalistas em Lesbos, Grécia.Acompanhado
pelo chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, e pelo
secretário de Estado da Defesa, Álvaro Castelo Branco, o ministro da
Defesa contactou de manhã a equipa de 15 elementos desta força que está
na missão de controlo de fronteiras externas da União Europeias,
Frontex.Nuno Melo disse que a alteração da
lei orgânica e do estatuto - uma reivindicação antiga da Polícia
Marítima - visa reforçar o enquadramento orgânico, valorizar a carreira e
quadros salariais.O governante disse que
este trabalho será feito em "concertação e com a participação do CEMA" e
"ouvida a Polícia Marítima", considerando que é "um passo fundamental
porque a Polícia Marítima é insubstituível em Portugal" e em missões
externas. O ministro adiantou que, para
além dos novos 50 elementos que já entraram ao serviço da força, está
previsto uma outra entrada de mais 50 elementos para a Polícia Marítima."Já
assinámos o despacho e foi remetido ao senhor ministro das Finanças",
disse Melo, sublinhando a "necessidade de manter o efetivo porque vão
saindo e têm de ser repostos" e a "necessidade de manter o cumprimento
destas missões". De acordo com o sub-chefe
Gaspar, responsável pela missão atual na Frontex, já foram resgatadas
do mar Egeu, em 10 anos, mais de sete mil pessoas migrantes. Presente
na apresentação dos resultados da missão, o ministro da Defesa
questionou qual o destino das pessoas que são resgatadas do mar, muitas
vítimas de tráfico."São entregues às
autoridades gregas", que as reencaminham para centros, onde são sujeitos
a uma triagem para depois ser decidido o seu destino. A
equipa portuguesa na missão, com 15 elementos, realiza patrulhas
terrestres e marítimas, todos os dias, registando-se uma diminuição do
número de embarcações que chegam às águas territoriais gregas. Em
10 anos, foram realizadas 16 mil horas de vigilância e detidos 15
"facilitadores" envolvidos nas rotas do tráfico de pessoas.