Governo surpreendido com argumento da Ryanair já que taxa nos Açores é a mais baixa da Europa
Hoje 16:40
— Lusa/AO Online
Em resposta escrita à Lusa,
fonte oficial do Ministério das Infraestruturas afirmou que, na
sequência do comunicado da Ryanair sobre o alegado impacto das taxas
aeroportuárias no encerramento da sua operação nos Açores a partir de
março de 2026, não podem “deixar de expressar surpresa face às
afirmações transmitidas pela companhia aérea”.O
ministério liderado por Miguel Pinto Luz contrapôs que “a taxa de rota
aplicada aos Açores é a mais baixa da Europa e que a taxa de terminal se
situa entre as mais reduzidas”.Segundo a
mesma fonte, “as taxas de navegação aérea, cobradas pela NAV e que
incluem a taxa de rota e de terminal, são calculadas de acordo com um
mecanismo definido pela EUROCONTROL, comum a todos os Estados-Membros, e
resultam diretamente dos custos operacionais e, de forma geral, do
volume de tráfego”.A tutela acrescentou
que “a taxa de terminal tem registado uma trajetória descendente desde
2023, passando de aproximadamente 180 euros para os atuais 163 euros”.Quanto
às taxas cobradas pela ANA – Aeroportos de Portugal, o Governo
sublinhou que “a proposta de taxas reguladas para 2026 não prevê
qualquer aumento face a 2025, mantendo-se nos 8,14 euros por passageiro
desde 2024, o que coloca Portugal entre os países com taxas
aeroportuárias mais competitivas da Europa”.O Governo recordou ainda que “a Ryanair sempre contou com apoio e
valorização por parte do país à sua operação nos Açores, o que se
refletiu em dezenas de milhões de euros em incentivos ao tráfego
atribuídos ao longo dos últimos anos através de diversos programas,
refletindo o empenho contínuo na promoção da conectividade aérea da
Região Autónoma”.O ministério destacou
também que os “Açores continuam a afirmar-se como um destino de excelência,
com o ano de 2025 a ser considerado um “ano de ouro” com receitas de
turismo a crescer 10% no primeiro semestre de 2025, face ao período
homólogo e com um aumento consistente do número de passageiros,
refletindo a competitividade e atratividade da região”Perante
estes dados, concluiu que “o conteúdo do comunicado da Ryanair não
pode ser considerado condicente com o crescimento do turismo, com as
taxas praticadas ou com os apoios atribuídos a esta companhia ao longo
dos últimos anos”.