Após o anúncio feito de
surpresa, Putin agradeceu a Medvedev os serviços prestados, mas observou
que o gabinete do primeiro-ministro demissionário não cumpriu todos os
objetivos estabelecidos.“Nós, como Governo
da Federação russa, devemos dar ao Presidente os meios para tomar todas
as medidas necessárias. Por isso, (…) o Governo no seu todo renuncia”,
disse Medvedev, segundo a agência Tass.Os
meios de comunicação social russos dizem hoje que Vladimir Putin planeia
nomear Medvedev como vice-presidente do Conselho de Segurança.Medvedev,
um aliado de Putin de longa data, é primeiro-ministro desde 2012, tendo
ocupado o cargo de Presidente da Rússia entre 2008 e 2012.Putin
pediu ao gabinete do primeiro-ministro demissionário para se manter em
funções até que um novo executivo seja nomeado e empossado.A
renúncia de Medvedev aconteceu momentos depois do discurso de Vladimir
Putin sobre o estado da nação, em que o Presidente propôs a realização
de um referendo sobre reformas da Constituição para reforçar os poderes
do parlamento, preservando o caráter presidencial do sistema político
que dirige há 20 anos. “Considero
necessário submeter ao voto dos cidadãos do país o conjunto das revisões
da Constituição propostas”, disse Vladimir Putin no seu discurso anual
ao parlamento e às elites políticas, sem adiantar quaisquer datas.Putin
sugeriu como uma das emendas à Constituição que os deputados passem a
nomear o primeiro-ministro e os membros do executivo, direito que
pertence agora ao chefe de Estado.Entre as
propostas de alterações estão ainda o reforço dos poderes dos
governadores regionais, a proibição dos membros do governo e dos juízes
de obterem residência no estrangeiro e a obrigação de os candidatos à
Presidência terem vivido nos últimos 25 anos na Rússia.Os
analistas olham para esta proposta presidencial como um esforço de
Putin para conquistar uma nova posição de poder, permitindo-lhe
permanecer no comando do Estado após o seu mandato atual, que termina em
2024.