Autor: Lusa/AO Online
“No dia 08 [de setembro] vão decorrer três reuniões com os sindicatos da Função Pública”, disse à Lusa a mesma fonte, acrescentando que os assuntos a abordar “estarão relacionados com os trabalhos de preparação da proposta da lei do Orçamento do Estado para 2018 na área da Administração Pública”.
A notícia da reunião foi hoje avançada pelo Jornal de Negócios no seu ‘site’, depois de hoje a Federação de Sindicatos para a Administração Pública (FESAP) ter divulgado que pediu uma reunião urgente ao ministro das Finanças para discutir, entre outros assuntos, o descongelamento das carreiras e o Orçamento do Estado para 2018.
A FESAP, que junta mais de três dezenas de sindicatos afetos à UGT, enviou na quarta-feira uma carta a Mário Centeno com o pedido de audiência e admite avançar para greve caso persista a falta de comunicação entre o Governo e os sindicatos.
Os sindicatos da Função Pública aguardam há mais de um mês pelo retomar do processo negocial com o Governo relativo ao descongelamento de carreiras, sem alterações desde 2009.
Depois de uma primeira reunião negocial realizada no início de julho, os sindicatos tinham agendado com o Governo um novo encontro para dia 26 do mesmo mês, mas este acabou por ser cancelado devido à substituição do membro titular da pasta da Administração Pública, em 13 de julho.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da FESAP, José Abraão, que assina a carta enviada na quarta-feira, lembrou que neste momento o Governo está em falta ao não cumprir o acordo que assinou com esta estrutura onde se previa que a negociação do descongelamento e progressões nas carreiras para 2018 ficasse concluída até ao final do mês de julho.
Os sindicatos estão assim “muito descontentes” que estejam nos últimos dias a ser divulgadas notícias sobre a forma como o Governo pretende descongelar as progressões na carreira no próximo ano, resultado dos encontros com os partidos que apoiam o Governo no parlamento, sem que sejam retomadas as reuniões de negociação com as estruturas que representam os trabalhadores.
Para a FESAP, lê-se na carta, a tomada de medidas deve passar “pela necessária e exigível negociação com as organizações sindicais, em detrimento da mera tomada de conhecimento e/ou informações sobre as opções do Governo”.
O Governo já assegurou que o descongelamento das carreiras na Função Pública vai ter início no Orçamento do Estado para 2018, estando ainda a trabalhar na forma e ritmo desta medida que não poderá ser concluída num só ano.
Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, garantiu que “finalmente será respeitado o contrato que o Estado tem com os seus trabalhadores” porque, “se algum Estado se quer dar ao respeito na relação com o privado, é bom que na sua própria casa cumpra aquilo que estabeleceu com os seus trabalhadores”.
“Há um regime de progressão na carreira
que está congelado há sete anos e o seu descongelamento vai ter início
já neste orçamento e isso é um dado”, declarou.