Governo rejeita impedimentos ao desenvolvimento da economia do mar
17 de set. de 2018, 17:55
— Lusa/AO online
"Não
existe nenhum impedimento efetivo relativamente ao desenvolvimento e
implementação de projetos na economia do mar. Sempre que houve
interesses de investimento sustentável e credível na economia do mar
verificaram-se as condições necessárias para que esses empreendimentos
acontecessem, dentro dos respetivos limites legais", adiantou a
Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, em resposta a um
requerimento do grupo parlamentar do PSD nos Açores. Os
deputados social-democratas Luís Garcia e Catarina Chamacame Furtado
questionaram o executivo açoriano sobre a "demora" na elaboração do
Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores", prometido "desde 2010". "É
obra: quase 10 anos a elaborar um plano que inicialmente foi prometido
que estaria pronto num ano. O Governo Regional todos os dias proclama a
aposta no mar. Porém, mais do que discursos redondos, essa aposta para
se concretizar necessita de uma estratégia bem definida e de um
planeamento rigoroso, o que objetivamente não existe", acusaram, no
requerimento, entregue em 31 de julho. Os parlamentares do PSD
alegaram que a "lacuna" tornava "difícil à região e aos empresários
desenvolver e potenciar de forma sustentável a economia do mar", mas o
executivo açoriano refutou as acusações. "É falacioso considerar
que a ausência deste sistema integrado de governança seja 'altamente
prejudicial para o desenvolvimento da economia do mar nos Açores', já que não há qualquer atividade económica no mar dos Açores, atual ou proposta, que esteja ou venha a ser limitada pela ausência deste sistema", apontou. Segundo
a Secretaria Regional do Mar, as iniciativas de Ordenamento do Espaço
Marítimo (OEM) iniciadas em 2010 foram reformuladas e recalendarizadas
para "dar resposta às novas exigências" de uma diretiva do Parlamento
Europeu (n.º 2014/89/UE), que impõe a implementação deste sistema até 31
de março de 2021. "O desenvolvimento do processo de OEM deve
decorrer no âmbito de um enquadramento legal e técnico estável, claro e
coerente", frisou, acrescentando que o documento está a ser desenvolvido
através do projeto europeu MarSP - Macaronesian Maritime Spatial
Planning, financiado pelo Fundo Europeu para os Assuntos Marítimos e as
Pescas (FEAMP). O executivo disse que o Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores
deverá estar concluído "até ao final de 2019" e que, durante os últimos
anos, "compilou informação geográfica sobre o espaço marinho,
desenvolveu um Sistema de Informação Geográfica aplicado ao mar e
desenvolveu trabalho técnico exploratório sobre metodologias de
ordenamento do espaço marítimo coerente e consistente". A tutela realçou, no entanto, que "o espaço marítimo dos Açores
está ordenado", alegando que todas as atividades marítimas e marinhas
estão "regulamentadas e licenciadas", de acordo com o quadro legal em
vigor, dando como exemplo, entre outros, a rede de áreas marinhas
protegidas, as áreas definidas para a produção aquícola e a zonamento
legal para a observação de cetáceos e outras atividades
marítimo-turísticas. "O Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo dos Açores
vem articular aquelas regulamentações, identificando também áreas
potenciais para atividades emergentes e mecanismos de licenciamento e
atribuição de títulos e de condições de uso privado, de forma mais
eficaz, integrada e sustentável", salientou.