Governo Regional vai criar Conselho Regional das Migrações
29 de nov. de 2017, 17:44
— Lusa/AO online
“Em
2018, será criado um Conselho Regional das Migrações, estruturante de
uma abordagem junto das comunidades mais consentânea com a valorização
das novas gerações e mais centrada no valor geoestratégico e geopolítico
da diáspora”, afirmou Rui Bettencourt.O
governante discursava na Assembleia Legislativa Regional, na Horta, no debate das propostas de Plano e Orçamento regionais
para o próximo ano, onde garantiu que no próximo ano o executivo vai
insistir “na valorização dos açorianos da diáspora”, que classificou
como um “impressionante ativo geoestratégico e geopolítico”.Há
milhares de açorianos e descendentes emigrados, enquanto o número de
imigrantes residentes no arquipélago era de 3.371 pessoas o ano passado,
representando mais de 80 nacionalidades.Rui
Bettencourt adiantou que, num mundo em mudança, o Governo Regional quer
“canalizar para o projeto açoriano todas as oportunidades externas que
se colocarão”, mas também “contrariar todas as tomadas de posição” que
são opostas aos Açores e, “sobretudo, trilhar novos caminhos”.“Vigilância
estratégica, firmeza e concertação estarão na base da atuação do
Governo em 2018 para projetar e afirmar os Açores e para defender os
interesses dos açorianos”, assegurou, considerando, por outro lado, que
“uma nova era se abre no reconhecimento do lugar e do papel dos Açores
como região ultraperiférica na Europa, para um novo reconhecimento pela
União Europeia, para uma nova centralidade dos Açores” em novas rotas de
progresso, como o mar ou o espaço.O
secretário regional adjunto referiu ainda que “na afirmação dos Açores
na Europa, 2018 é o ano onde a Política Europeia de Coesão se irá
clarificar”, sendo que neste processo o executivo regional estará “em
pleno” com a sociedade açoriana na definição de prioridades para aquela
política pós 2020. Nestes
novos tempos, o Governo Regional visa “a manutenção da solidariedade
europeia” para com os Açores e que junte a esta dimensão duas outras:
“Queremos, e estamos a conseguir, que nos vejam também como região
parceira. (…) Queremos, e estamos a conseguir, ser vistos como coautores
da construção de uma Europa dos cidadãos, de futuro, coesa, reforçada,
humanista, solidária, eficiente”, afirmou.Rui
Bettencourt considerou que a afirmação dos Açores na Europa também
“passará por uma utilização cada vez mais intensa do Gabinete de
Representação dos Açores em Bruxelas”, inaugurado no final de março,
considerando que estão a ser cumpridos os objetivos de vigilância
estratégica ou o de representar os Açores “em reuniões e eventos” onde é
suscetível a obtenção de informação ou a influência de uma decisão.O
secretário regional adjunto anunciou ainda que em 2018 se avançará “na
aproximação efetiva dos territórios da Macaronésia, que terá um duplo
objetivo, dar corpo à identidade social, política e cultural” e
estruturar as ligações comerciais e económicas.