Governo Regional fala em 8,7% de professores em greve e sindicato estima 40%
5 de jan. de 2018, 15:18
— Lusa/AO online
"Confirmam-se
as expectativas que hoje seria um dia com maior adesão, seguindo o
crescendo desde o primeiro dia de greve, o que reflete a contestação e o
descontentamento da classe", afirmou o presidente do Sindicato
Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), que convocou três dias de
paralisação entre quarta-feira e hoje.Após
três dias de paralisação, o presidente do sindicato, José Pedro Gaspar,
advoga que a estrutura sindical "vai internamente avaliar" estes dias
de greve e "ficar na expectativa para o Governo açoriano abra um
processo negocial para tratar as questões".O
secretário regional da Educação e Cultura dos Açores, Avelino Meneses,
defendeu hoje, por seu turno, que a greve de professores que decorreu
nos últimos três dias teve pouca expressão. “A
greve teve uma adesão baixa, de 13% no primeiro dia, de 10,4% no
segundo dia e neste terceiro e último dia de 8,7%, pelos dados que
possuímos”, adiantou, em declarações aos jornalistas, à margem de uma
audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da
Região Autónoma dos Açores, em Angra do Heroísmo.Segundo Avelino Meneses, a greve dos docentes forçou apenas o encerramento de uma escola, no terceiro e último dia de protesto. “Todas
as 40 unidades orgânicas do sistema educativo regional estão em
funcionamento e hoje temos apenas uma escola de primeiro ciclo encerrada
na ilha Terceira”, salientou. Na
quarta-feira, o primeiro de três dias de greve, algumas dezenas de
docentes manifestaram-se nas Portas da Cidade de Porta Delgada, enquanto
que na quinta-feira o local de protesto escolhido foi as Portas do Mar.O
SPDA pede ao Governo regional o descongelamento "sem constrangimentos"
das carreiras ou a "validação da totalidade de tempo de serviço
congelado". O
facto de os três dias de greve se sucederem à pausa de Natal e Ano Novo
motivou o secretário regional da Educação e Cultura a declarar na semana
passada que o sindicato confundiu uma greve com um "prolongamento de
férias", mesmo reconhecendo que a greve é um "direito inalienável de
todos os trabalhadores".Na
resposta, o presidente do SDPA acusou o executivo regional de
"prolongar a austeridade" para o setor, ao mesmo tempo que "ataca" a
imagem dos docentes com declarações "inaceitáveis".O
Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), outra força sindical
da classe na região, não convocou greve para os dias em causa.