Governo Regional dos Açores rejeita “discriminação” a alunos do Corvo
1 de mar. de 2018, 07:23
— Lusa/AO Online
"Não
é verdade que os alunos do Corvo sejam vítimas de qualquer
discriminação por parte do Governo dos Açores", afirmou Avelino Meneses,
citado numa nota enviada hoje às redações.Segundo
o governante, devido à "falta de refeitório", os alunos da Escola do
Corvo "recebem uma comparticipação diária" com limite máximo de "50% do
subsídio de refeição", no entanto, o valor pode variar consoante o
escalão de ação social escolar."Por
exemplo, os alunos do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e os
do ensino secundário que têm direito a refeições completas recebem no
primeiro escalão 100%, ou seja, 2,39 euros por dia, no segundo escalão
80%, 1,91 euros por dia, no terceiro escalão 60%, 1,43 euros por dia, no
quarto escalão 40%, 96 cêntimos por dia, e no quinto escalão, aqueles
que não são beneficiários da ação social escolar, 20%, ou seja, 48
cêntimos por dia", especificou o governante.Avelino
Meneses explica que o valor mensal varia entre os 10 e os 50 euros para
os alunos do segundo e terceiro ciclos e secundário, sendo que os
alunos do primeiro ciclo, que têm direito à comparticipação de refeições
ligeiras, recebem entre 7.50 e 30 euros por mês.O
deputado do PPM, Paulo Estevão, encontra-se há 10 dias a cumprir uma
greve de fome em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, depois de
"esgotados todos os recursos legislativos e de discussão parlamentar"
sobre o fornecimento de refeições escolares aos alunos e pessoal docente
e não docente da escola do Corvo.Paulo
Estevão afirmou esta terça-feira, em conferência de imprensa, que está a
lutar por uma "velha utopia, liberdade", e para que o 25 de abril
"também chegue ao Corvo".O
Governo Regional dos Açores passou a contemplar, nos últimos meses, um
pagamento às famílias afetadas pela ausência de cozinha e refeitório
escolar na ilha menos habitada dos Açores, mas, para o parlamentar do
PPM, tal não mais é que uma "desresponsabilização".Na
mais pequena ilha do arquipélago açoriano, o ano letivo arrancou na
Escola Mouzinho da Silveira com 42 alunos, que integram turmas entre o
primeiro ciclo e o ensino secundário.Todos
os partidos da oposição na Assembleia Legislativas dos Açores assinaram
hoje um documento onde instam a "quem de direito" a agir na greve de
fome do deputado do PPM Paulo Estevão.Para
os deputados e líderes do PSD (Duarte Freitas) e CDS-PP (Artur Lima)
nos Açores, bem como para os parlamentares Zuraida Soares, coordenadora
do BE, e João Corvelo, do PCP, "não é possível ignorar que, ao fim de
todo este tempo, impunha o mais elementar bom senso que o partido
maioritário e/ou o Governo Regional tivessem contactado" com Paulo
Estêvão.