Governo Regional diz que proposta dos parceiros sociais viola equilíbrio orçamental
20 de nov. de 2017, 19:11
— Lusa/AO online
“A
única proposta objetiva de compensação da perda de receita fiscal
apresentada pelos representantes dos parceiros sociais foi a do aumento
do endividamento da região, o que, além de violar o princípio do
equilíbrio orçamental, não tem enquadramento na Lei do Orçamento de
Estado e não foi obviamente aceite pelo Governo”, afirma o diretor
regional do Orçamento e Tesouro, José António Gomes, citado numa nota de
imprensa.Em
fevereiro deste ano, aquelas três entidades defenderam uma baixa de
impostos nos Açores, com um impacto orçamental estimado de 40 milhões de
euros, algo que reconheciam ser complexo, mas possível.Na
sexta-feira, Mário Fortuna, representante da Câmara de Comércio e
Indústria dos Açores, referiu que a resposta chegou através da proposta
de Orçamento regional e “provocou uma enorme surpresa e desilusão”,
considerando que o que era um “processo de negociação e diálogo” não
passou de “uma encenação política”.Na
mesma nota hoje distribuída, o diretor regional do Orçamento e Tesouro
esclarece que para “assegurar uma quantificação rigorosa e independente
do impacto das propostas” dos parceiros foi pedida a uma consultora
internacional a sua análise.Segundo
José António Gomes, a consultora estimou o impacto orçamental do pacote
fiscal proposto pelas três entidades em “cerca de 50 milhões de euros
e, com o IVA do Orçamento de Estado para 2018, a estimativa passa para
52 milhões de euros, e não de 40 milhões de euros”.“Não
obstante esta realidade apresentada no âmbito do grupo de trabalho com
esses parceiros sociais, e o facto de se registar mais uma descida
significativa no imposto sobre o rendimento do trabalho (IRS), o Governo
dos Açores manteve a disponibilidade para analisar propostas que
assegurassem mais uma redução fiscal, desde que, como foi assumido desde
o início do processo, garantissem o equilíbrio orçamental através de
propostas concretas e objetivas de redução de despesas”, assegurou.Porém,
segundo este responsável, ficou claro que “os representantes dos
parceiros sociais assumiam apenas as propostas de alteração fiscal, as
quais implicavam uma perda significativa de receita orçamental, mas não
apresentaram com a mesma objetividade propostas, designadamente ao nível
das despesas, na indicação das ações que deveriam ser utilizadas para
se reduzir a despesa pública”.O
diretor regional acrescenta que “não corresponde à verdade dizer-se que
o processo de negociação e de diálogo não passou de uma encenação
política, ainda mais porque a proposta de Orçamento Regional para 2018
incorpora uma redução de receita do IRS que beneficiará os contribuintes
da região”.