Governo Regional diz que açorianos poderão pagar apenas a tarifa de residente nas viagens para o continente
27 de set. de 2024, 17:41
— Lusa/AO Online
“O
facto de já alcançarmos a possibilidade de nenhum açoriano ter de
desembolsar o valor da tarifa comercial e apenas poder desembolsar a
tarifa de residente é algo positivo e batemo-nos por isso, aliás demos o
exemplo positivo com a criação nos Açores, nas viagens interilhas, da
Tarifa Açores”, afirmou o chefe do executivo açoriano, José Manuel
Bolieiro (PSD/CDS/PPM).O governante
falava, em declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada, na ilha de São
Miguel, à margem de uma audiência com o Procurador-Geral Adjunto do
Tribunal de Contas, José da Silva Ponte.O
Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciou, na quinta-feira,
que estava prevista a “disponibilização de uma plataforma eletrónica
acessível ‘online’ ao cidadão e com memorização de dados de
elegibilidade”, para acesso ao subsídio social de mobilidade.O
Governo garante a “celeridade no processo de pagamento através da
plataforma eletrónica que permitirá receber a devolução do preço da
viagem logo após a compra do voo”.Atualmente,
o subsídio social de mobilidade permite aos residentes nos Açores
deslocarem-se para o continente com uma tarifa aérea máxima de 134 euros
(ida e volta).No entanto, os residentes
têm de adquirir primeiro a passagem pelo valor comercial e, só depois de
realizada a viagem, podem pedir o reembolso numa loja dos CTT.Segundo
José Manuel Bolieiro, com a criação desta plataforma, os passageiros
residentes nos Açores passam a pagar “apenas o preço da tarifa de
residente”.Esse valor está atualmente fixado em 134 euros, mas o presidente do executivo açoriano acredita que poderá ser mais baixo.“Não
deixarei de pugnar para que possamos, na defesa dos interesses dos
açorianos, [ter] a redução da tarifa, em vez dos atuais 134, no caso dos
Açores para o continente e vice-versa, como também na relação entre os
Açores e a Madeira. Estarei a trabalhar para garantir aquilo que
interessa aos Açores e aos açorianos, que a tarifa de residente desça de
preço”, frisou.O Ministério das Infraestruturas e Habitação também admitiu essa possibilidade, na nota de imprensa enviada na quinta-feira.“O
modelo final, ainda em fase de conclusão, poderá ainda considerar uma
redução do valor fixo a pagar por cada passageiro nos Açores”, adiantou.Outra
das alterações anunciadas pelo Ministério, que entrou esta sexta-feira em vigor,
foi a imposição de “um custo elegível máximo de 600 euros” nas passagens
aéreas entre Açores e continente ou Açores e Madeira, no acesso ao
subsídio social de mobilidade.Na
quinta-feira, em comunicado, o executivo açoriano manifestou-se
“frontalmente contra a definição de um custo elegível máximo nas viagens
aéreas entre a região e o continente e a região e a Madeira".José
Manuel Boleiro confirmou que o executivo foi ouvido, antes da
publicação da portaria que estipulou um teto máximo, mas disse que foi
“desde a primeira hora” discordante desta opção.“O
nosso entendimento é que não devia ser por esta via e mantemos a nossa
coerência. Hoje, com a decisão tomada, manifestamos a nossa
discordância, quando na preparação da mesma também dissemos que não
concordaríamos com esta opção”, apontou.“Não
tem a ver com a cor partidária dos governos, tem a ver com o nosso
entendimento na defesa do interesse dos Açores e dos açorianos. A minha
firmeza é esta”, acrescentou.O presidente
do executivo açoriano criticou também o facto de a decisão ter sido
tomada antes de serem conhecidas as conclusões do grupo de trabalho
criado, em julho, para rever o subsídio social de mobilidade.“Para
mim, uma boa coerência seria primeiro conhecer as conclusões do grupo
de trabalho e depois tomar decisões. Não foi esta a opção, já fui
claramente crítico”, salientou.O
Ministério das Infraestruturas alegou que os trabalhos do grupo referido
estavam em “fase de conclusão” e que o executivo estava "em condições"
para avançar com "um elenco de alterações" ao subsídio social de
mobilidade.