Governo Regional com anteproposta de lei para antecipar idade da reforma dos açorianos
15 de jun. de 2023, 15:01
— Lusa/AO Online
“Aquilo que o Governo dos Açores pretende é
que os açorianos, num quadro de justiça e de equidade, possam
reformar-se mais cedo”, avançou Artur Lima na abertura do seminário
“Regimes Contributivos do Sistema Previdencial da Segurança Social”, em
Angra do Heroísmo.O número dois do
executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) revelou que, “após vários meses de
reflexão e amadurecimento”, o executivo regional vai submeter na próxima
sessão legislativa do parlamento açoriano, que começa em setembro, uma
“anteproposta de lei que visa estabelecer a idade de acesso à pensão de
velhice aos beneficiários dos Açores”.Artur
Lima alertou que os açorianos “têm uma esperança média de vida
comprovadamente abaixo da média nacional” em cerca de dois anos e sete
meses.“Por viver menos, um açoriano
contribui para a Segurança Social tanto quanto os outros, mas
comprovadamente beneficia menos do que os outros. É preciso, pois, que
se faça justiça e se evite este tipo de desproporcionalidade”, reforçou.A
proposta que vai ser apresentada no parlamento regional (e que, sendo
aprovada, será remetida à Assembleia da República) tem como objetivo
criar um regime especial de acesso à pensão de velhice para açorianos,
em função da esperança média de vida”, assinalou.O
centrista defendeu que uma “discussão sobre o futuro da Segurança
Social não pode, em momento algum, deixar de acautelar realidades
regionais e indicadores sociais”, dando como exemplo a taxa de pobreza
ou a esperança média de vida.Segundo disse, aqueles indicadores “obrigam a olhar com diferença para aquilo que é objetivamente diferente”.“É
absolutamente justo que, perante as exigências sociais próprias da
região, haja, no plano legal, uma discriminação positiva ao nível do
acesso dos açorianos à Segurança Social e aos direitos inerentes a este
sistema, designadamente à pensão de velhice”, insistiu.Artur
Lima adiantou ainda que em 2022 trabalhadores e empresas açorianas
contribuíram com 366 milhões de euros para a Segurança Social, “mais 161
milhões de euros do que em 2012".As
antepropostas de lei são discutidas e votadas nos parlamentos regionais
e, em caso de aprovação, seguem para a Assembleia da República.