Governo reduz mais do que previa IRS em dois escalões para acomodar valores em vigor
18 de abr. de 2024, 18:12
— Lusa
O
modelo proposto pelo PSD no verão, na festa do Pontal, e que depois foi
'vertido' no programa eleitoral com que concorreu às eleições de 10 de
março, contempla uma redução de taxas entre 0,5 e 3 pontos percentuais
até ao 8.º e penúltimo escalão de rendimento coletável. Aplicando-o
aos vários patamares do imposto, a taxa que incide sobre o 1.º escalão
passaria para 13%, a do 2.º para 19%, a dos 3.º e 4.º escalões para
23,5% e 25,5%, respetivamente e a do 5.º escalão para 32%.Já
a do 6.º escalão reduziria para 34%, a do 7.º para 43%, a do 8.º para
44,75%, enquanto a do 9.º escalão permaneceria inalterada nos 48%.Só
que, desde que este modelo foi apresentado (e submetido duas vezes a
votação parlamentar na anterior legislatura, tendo sido chumbado), o
anterior Governo colocou no terreno, através da lei do Orçamento do
Estado para 2024 (OE2024), uma redução das taxas que incidem sobre os
primeiros cinco escalões, entre 1,25 e 3,5 pontos percentuais. Por
este motivo, desde janeiro que as taxas atualmente incidem sobre o 2.º e
o 3.º escalões são hoje mais baixas em 1 e 0,5 pontos percentuais,
respetivamente, do que o proposto pelo PSD. O
atual Governo já veio entretanto afirmar publicamente que a proposta
que será aprovada em Conselho de Ministros na sexta-feira não vai trazer
qualquer subida de taxas, significando que acomodará os valores em
vigor naqueles dois escalões referidos, que se manterão nos 18% e 23%.Nos restantes patamares, as taxas propostas no programa eleitoral são mais baixas do que as que estão em vigor.O
caráter progressivo do IRS assegura que quando há uma descida de taxa
num dos primeiros escalões, todos os que têm rendimentos superiores
acabam por beneficiar da medida. No caso dos 6.º, 7.º e 8.º escalões,
haverá 513 mil contribuintes – segundo números referidos pelo líder da
bancada o CDS-PP, Paulo Núncio – que verão agora a taxa respetiva
baixar, e não apenas as que incidem sobre as 'fatias' de rendimento
anteriores.De referir que, tendo por base o
programa eleitoral da AD (suportada pela coligação PSD, CDS-PP e PPM), a
taxa do 6.º escalão baixa dos atuais 37% para 34%, a do 7.º escalão de
43,5% para 43% e a do 8.º escalão de 45% para 44,75%.Estes
desagravamentos, anunciou já o Governo, irão ser refletidos na retenção
na fonte, com a publicação de novas tabelas após a aprovação da
proposta pelo parlamento.A proposta de alteração das taxas de IRS que o Conselho de Ministros vai votar, é discutida pelo parlamento no dia 24 de abril.Entretanto, alguns partidos já anunciaram que vão apresentar propostas de alteração.