Governo quer disponibilizar novo apoio para despesas dos municípios
Covid-19
7 de jul. de 2021, 16:03
— Lusa/AO Online
“Estamos
a diligenciar para que venha uma nova solução para o outro período”,
afirmou a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública,
Alexandra Leitão, revelando ainda que o despacho relativo à
comparticipação das despesas dos municípios com o combate à pandemia de Covid-19, entre o período de março a setembro de 2020, também vai ser
alterado.A
governante falava numa audição regimental na comissão parlamentar de
Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e
Poder Local, na Assembleia da República, em Lisboa, após ser questionada
pela deputada do PCP Paula Santos sobre os “critérios muito restritivos
e limitativos” deste apoio aos municípios.O
Governo decidiu comparticipar as despesas dos municípios com o combate à
covid-19, através do financiamento concedido a Portugal no quadro do
Fundo de Solidariedade da União Europeia, com uma verba total disponível
de 55 milhões de euros, “por reconhecer o papel fundamental e
insubstituível que as autarquias locais têm desempenhado na resposta à
emergência social e sanitária provocada pela pandemia”, apontou a
ministra.O
despacho que aprova o Regulamento Nacional de Aplicação do Fundo de
Solidariedade da União Europeia - Emergência de Saúde Pública da doença
covid-19 foi publicado no mês passado, em 18 de junho.“Este
despacho vai ser objeto de uma alteração, na medida em que nos foi
sinalizado pela ANMP [Associação Nacional de Municípios Portugueses] e
também, pontualmente, por autarcas que era útil que as entidades
intermunicipais pudessem também ser, enquanto tal e em representação dos
seus associados, dos seus membros, apresentar faturas, porque em
algumas CIM [comunidades intermunicipais] as despesas foram feitas por
CIM”, explicou Alexandra Leitão.No
âmbito do trabalho de alteração do despacho, o Governo está a trabalhar
com a ANMP para encontrar a redação que possa “ir mais ao encontro
daquilo que foi a realidade das despesas e de como as despesas foram
efetuadas”.Sobre
o fundo limitar as despesas a 150 mil euros por município, a ministra
indicou que o critério visa “garantir que todas as autarquias que tenham
faturas, que tenham um comprovativo de despesa, possam ter acesso a
algum ressarcimento e, depois, o remanescente é feito em função da
proporção do que cada um gastou”.“A
administração pública central e local está preparada para impulsionar a
recuperação pós-pandemia”, defendeu Alexandra Leitão, assegurando que a
sua área governativa está empenhada em prol de “um Estado mais
eficiente, mais próximo, mais inclusivo e mais capaz de ir ao encontro
das necessidades das pessoas e das empresas”.Até
ao final de julho, as autarquias vão poder submeter, através do Balcão
2020, as despesas realizadas entre 14 de março e 30 de setembro de 2020,
no âmbito da “assistência imediata à população afetada”, na “proteção
da população de risco” ou no “combate aos riscos graves para a saúde
pública ou atenuação do seu impacto”.Neste
âmbito, são exemplos de despesas consideradas elegíveis a compra de
equipamentos e dispositivos médicos, incluindo ventiladores,
equipamentos de proteção individual, designadamente máscaras, luvas e
batas, a instalação de hospitais de campanha e de outras infraestruturas
de proteção civil e o recurso a análises laboratoriais e de outros
meios de diagnóstico.“O
montante do apoio corresponde a 100% da despesa elegível até ao limite
máximo de 150 mil euros por candidatura, ao qual poderá acrescer um
montante remanescente, se houver, que será distribuído proporcionalmente
pelos municípios com despesa superior a 150 mil euros”, informou o
Governo.A 25 de maio, a ANMP afirmou que os 55 milhões de euros atribuídos às
câmaras municipais como compensação ficam muito aquém das despesas que
tiveram no combate à pandemia.“Posso
dizer que a ANMP fez um inquérito aos municípios e que, até 31 de
agosto de 2020, já tinha havido investimentos de 158 milhões de euros e,
a 31 de dezembro de 2020, já eram 194 milhões de euros”, disse a
vice-presidente da ANMP, Isilda Gomes, numa audição no parlamento.