Governo prevê para este ano 160 milhões de euros para prevenção
Incêndios
21 de fev. de 2019, 18:38
— Lusa/AO Online
“Temos um
conjunto de metas ambiciosíssimas e o esforço financeiro é enorme. Estão
este ano alocados à prevenção 160 milhões de euros, dos quais 103
milhões são suportados pelo Ministério da Agricultura”, disse Capoulas
Santos, adiantando que o Governo está “a fazer em três anos aquilo que
não foi feito nos últimos 15 anos” no que toca aos incêndios florestais.O
ministro da Agricultura participou num debate parlamentar sobre o
relatório de avaliação ao sistema nacional de proteção civil feito pelo
Observatório Técnico Independente criado pelo parlamento para acompanhar
o trabalho dos incêndios florestais. Destacando
“o esforço sem precedentes” que está a ser feito, Capoulas Santos
adiantou que o relatório do Observatório Técnico Independente “comprova
que o caminho que o Governo está a seguir é o certo” e “está a ser
percorrido com êxito”. O
ministro avançou ainda que a nova lei orgânica do Instituto da
Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está neste momento na
Presidência da República para promulgação.Também
presente no debate, o ministro da Administração Interna referiu que o
Governo tem concentrado “toda a sua atenção” na prevenção, na
autoproteção das populações e reforço do combate aos incêndios. Eduardo
Cabrita frisou que o dispositivo de combate a incêndios funcionou em
2018 e vai “responder de forma mais eficaz em 2019”.O
primeiro relatório deste Observatório criado em julho de 2018 e
apresentado em janeiro concluiu que há demasiadas entidades envolvidas
na prevenção e combate aos fogos e pediu financiamento "urgente" para a
formação dos agentes, carreira de sapadores florestais e incentivos ao
voluntariado nos bombeiros.Segundo o Observatório, o modelo do voluntariado está "a abrir brechas e apresenta enormes fragilidades".No
debate, o deputado do CDS/PP Nuno Magalhães chamou a atenção para o
conjunto de críticas deixadas pelo Observatório e para a capa do
documento, em que aparece um organigrama com as entidades envolvidas na
prevenção e combate aos incêndios, e “ninguém consegue perceber” o
sistema.A
deputada do PSD Emília Cerqueira também criticou a atual estrutura do
sistema, bem como o atraso da lei orgânica da Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC).“A lei orgânica da ANPC foi anunciada em 2017 e ainda não está concluída em 2019”, disse.A
deputada do Bloco de Esquerda Sandra Cunha questionou o Governo sobre o
estatuto profissional dos bombeiros profissionais, que foi anunciado no
início da legislatura.O
deputado do PCP Jorge Machado afirmou que é essencial a formação nas
escolas sobre medidas de autoproteção de incêndios, o financiamento e o
estatuto social dos bombeiros e o novo regime de financiamento dos
bombeiros voluntários.