Governo prevê excedentes em torno de 0,2% ou 0,3% para os próximos quatro anos
10 de jul. de 2024, 11:38
— Lusa/AO Online
Numa
audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública,
Miranda Sarmento admitiu que "Portugal tem um quadro orçamental
relativamente positivo", salientando que "os números à data de hoje
indicam que Portugal cumprirá as novas regras orçamentais" da União
Europeia. Isto já que "a trajetória
prevista para a despesa é consistente com o que a Comissão Europeia
considera ser o ponto crítico da nova governação e a análise da
sustentabilidade da dívida em Portugal cumpre, com uma redução de pelo
menos um ponto percentual da dívida por ano". O
ministrou adiantou ainda que se irão "iniciar muito em breve, em duas
semanas, as negociações técnicas" entre os serviços das Finanças e a
Comissão Europeia, para o plano orçamental de médio prazo.Para
o Governo, a avaliação de "evolução da despesa e saldo permite ter
muita confiança que Portugal apresentará e não terá qualquer dificuldade
na negociação e aceitação do programa por parte da Comissão".Olhando
para o horizonte da legislatura, concluiu assim que "nos próximos
quatro anos, o objetivo é manter superavits orçamentais em torno de 0,2%
e 0,3% do PIB e com isso controlar a despesa pública e manter
parâmetros da Comissão Europeia"."Os
números permitem acomodar a evolução normal da despesa pública, a
atualização dos salários, os efeitos da inflação nas aquisições, tendo o
crescimento da despesa primária líquida em linha" com as regras. Miranda
Sarmento sinalizou também que o Governo ainda está a fechar o cenário
macroeconómico e orçamental, mas os números "indicam que quer em 2024,
quer em 2025" haverá "um crescimento superior a 2%". Ainda
assim, existe "muita informação para incorporar no modelo e só em
outubro", aquando a entrega da proposta de OE para 2025, é que o Governo
terá um "valor mais robusto" para as previsões.