Governo prepara prolongamento das moratórias nos setores mais afetados
Covid-19
5 de mai. de 2021, 12:24
— Lusa/AO Online
Falando
durante uma audição regimental na Comissão de Economia, Inovação, Obras
Públicas e Habitação, Pedro Siza Vieira adiantou que o modelo “deverá
passar, designadamente, pela capacidade de o Estado poder garantir
alguma parte do crédito que está sob moratória, para permitir estender
os prazos de reembolso destes créditos e permitir, também, assegurar
alguma carência”.O objetivo, explicou, é “que as empresas não concentrem o seu ‘cash flow’ imediatamente no reembolso de dívidas”.Em
causa estão empresas dos setores mais afetadas pela pandemia de Covid-19, nomeadamente o alojamento, restauração, comércio a retalho e
alguns segmentos da indústria transformadora, precisou o ministro de
Estado, da Economia e da Transição Digital.Embora
assumindo a “convicção que, de uma maneira geral, mais de 80% das
empresas portuguesas (porque estamos a monitorizar isso muito finamente)
não vão ter dificuldades em retomar o serviço de dívida”, Siza Vieira
reconheceu que, “para alguns setores ou subsetores, isto pode ser um
problema”, pelo que é preciso “intervir preventivamente”.“Aquilo
que pensamos é que, para os setores mais afetados, temos de, em tempo
útil, (antes do final de setembro, o mais cedo possível para as empresas
se poderem preparar), dar um mecanismo que permita às empresas adequar
os seus calendários de reembolso à sua previsão de atividade nos
próximos tempos”, afirmou o governante.Considerando
que “o ideal para as empresas destes setores mais afetados é poderem
estender o prazo das suas dívidas” e “terem pelo menos 18 meses/dois
anos de carência a partir do final das moratórias”, o ministro da
Economia disse que, “para esse efeito, o Estado deve estar disponível
para garantir uma parte deste crédito assim prorrogado, para dar um
incentivo, também, ao sistema bancário para poder melhor gerir esta
situação”.“Acho que vamos conseguir
concretizar isto e anunciar como é que pode ser feito a relativamente
breve trecho e dar tempo para que a questão possa ser acautelada”,
afirmou.Pedro Siza Vieira disse perceber
“a angústia das empresas” quanto ao final das moratórias e saber que,
quanto mais cedo for anunciado o mecanismo a adotar, mais será reforçada
a confiança dos agentes económicos.“Não
conseguimos, porque não depende exclusivamente do Governo, andar mais
depressa. Mas estou confiante de que vamos dar uma boa resposta a isto”,
rematou.