Governo prepara financiamento às regiões sem alterar lei
16 de mai. de 2020, 14:33
— LUSA/AO online
“O Governo da República está a trabalhar para
assegurar que regiões autónomas não sofram os impactos da covid-19 e as
suas necessidades de financiamento não sejam considerados para efeitos
de cumprimentos da Lei das Finanças Regionais”, declarou Ana Catarina
Mendes no âmbito das jornadas parlamentares do PS/Madeira.As
jornadas, as primeiras desde o início da crise da covid-19, decorreram
hoje no salão nobre da Assembleia Legislativa da Madeira, subordinadas
ao tema 'Recuperação Social e Económica - O Papel da Autonomia', tendo a
dirigente nacional participado por videoconferência.A
dirigente socialista nacional argumentou que estes limites de
endividamento “se já não são cumpridas, não é dizer que não precisam
cumprir que vai resolver problema” de financiamento da Madeira.“É
preciso encontrar um mecanismo, ou seja, dar capacidade de
financiamento às regiões autónomas, não eliminando os seus limites, mas
assegurando que a covid não cause mais incumprimento“, sustentou.No
entender da dirigente socialista, deviam ser tidos “em conta as razões
que motivaram a flexibilização das regras da União Europeia” em relação
aos estados-membros, “e o mesmo princípio de solidariedade e
subsidiariedade deve ser paralelo no relacionamento entre o Governo e as
regiões autónomas”.Ana Catarina Mendes
vincou que “da mesma maneira que se pede a União Europeia que responda
do ponto de vista financeira com solidariedade aos estados membros, o
Governo da República responde às regiões autónomas”.A
responsável socialista destacou que esta pandemia da covid-19 teve
“duas prioridades absolutas” do Governo, sendo a primeira o “salvar
vidas e garantir que todos tinham cuidados de saúde e garantir que o
Serviço Nacional de Saúde tinha uma resposta adequada às necessidades e
exigências”, razão pela qual Portugal está no “pelotão da frente” dos
países que mais testes fizeram e deram resposta a todas as pessoas que a
ele acudiram“.“Desde março, quando
começou a pandemia, o SNS foi reforçado com meios financeiros e humanos,
mas também com a reorganização dos serviços para darmos resposta”,
disse, salientando que o OE tem apoiado a necessidade do novo hospital
da Madeira “ser uma realidade”.Ana
Catarina Mendes mencionou que o Serviço Regional de Saúde da Madeira
(SESARAM) “respondeu para que não existisse mortes” nesta região
autónoma.A dirigente do PS apontou como
segunda prioridade, o “salvar famílias e empresas”, o que passou por
reforçar as prestações sociais, de várias formas e abrangendo um grande
leque de trabalhadores assegurando que “o Estado Social não falhasse”,
trabalhando também para “garantir postos de trabalho, ao mesmo tempo que
se ajudavam as empresas”, como o ‘lay-off simplificado, medida
essencial que vai perdurar mais uns tempos, porque não acabou a
pandemia”.Contudo, indicou ser preciso
“dar resposta aos que possam vir a ficar sem emprego”, tendo sido
reforçada as linhas de crédito para as empresas para que “mantenham
portas abertas e possam regressar paulatinamente á sua atividade”.“Isto
não é um mar de rosas, mas é verdadeiramente uma resposta de quem, com
estado social forte, conseguiu responder a uma pandemia que não
desapareceu, vai estar por aí”, sustentou.Ana
Catarina Mendes reforçou que agora é preciso “olhar para o futuro”,
embora estejamos “mergulhados na incerteza”, considerando ser
imprescindível haver uma “reorganização do ponto de vista laboral,
social” e salientou que muitos conseguiram “reinventar-se”.Defendeu
ainda a importância das medidas de emergência adotadas, afirmando ser
necessário ter em conta as especificidades das regiões e estabelecer os
setores estratégicos para “dar o pontapé de saída e vencer a crise
económica e social que a pandemia trouxe”.Portugal
entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia,
depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de
março.Esta nova fase de combate à
covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em
vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso
obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de
atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.O
Governo aprovou na sexta-feira novas medidas que entram em vigor na
segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares
de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e
12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes,
museus, monumentos e palácios. O regresso das cerimónias religiosas
comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura das praias para
06 de junho.