Governo prepara “as mais profundas transformações" na PSP, GNR e SEF
14 de abr. de 2021, 11:36
— Lusa/AO Online
“O programa do Governo contempla
reformas profundas do SEF, PSP e GNR que são as mais profundas
transformações nas forças de segurança desde há muitos anos”, precisou
Eduardo Cabrita aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos
Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantia.A
forma como vai ser feita a reestruturação do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras foi questionada por todos os partidos da oposição,
nomeadamente com PSD e CDS-PP a criticarem esta reforma e a exigirem que
as mudanças no SEF sejam discutidas na Assembleia da República.Em
resposta aos deputados, Eduardo Cabrita afirmou que a reestruturação do
SEF confirma “a separação entre a área policial e a área de
relacionamento com os imigrantes”.“A
intervenção do Ministério da Administração Interna (MAI) deve
concentrar-se naquilo que é a primeira fase de chegada de um cidadão
estrangeiro a Portugal. Cabe ao MAI a gestão da política de fronteiras e
o acompanhamento de situações de direito de asilo. Nessa medida será o
futuro Serviço de Estrangeiros e Asilo a apreciar quer essas pretensões,
quer o caso de pedidos de asilo e de proteção internacional”, disse.O
ministro adiantou que, após este processo da chegada, a renovação das
autorizações de residência “devem ser feitas no mesmo sítio onde todos
os cidadãos portugueses” tratam dos documentos, nomeadamente no
Instituto dos Registos e Notariado.“Um
cidadão migrante a partir do momento que tem direitos de residência em
Portugal vai aos mesmos organismos que qualquer cidadão português, isto
é, vai ao registo de notariado, à segurança social, onde tiver de ir
tratar dos problemas da sua vida”, sustentou, sublinhando que a área
policial do SEF será dividida entre a PSP, GNR e Polícia Judiciária.A
resolução que define as orientações políticas para a criação do Serviço
de Estrangeiros e Asilo (SEA), que vai suceder ao SEF foi aprovada na
passada quinta-feira em Conselho de Ministros.Eduardo Cabrita admitiu tratar-se de uma matéria complexa que não pode ficar para o final da legislatura. Perante
as críticas do deputado social-democrata André Coelho Lima, o ministro
afirmou que sobre as alterações na redistribuição de funções entre
forças de segurança gostaria “de saber qual a posição do PSD”,
considerando que seria “um desafio interessante”.Sobre
a partilha de serviços entre a PSP e a GNR, Eduardo Cabrita afirmou que
tudo aquilo que é comum nas forças de segurança vai ser partilhado,
avançando que a primeira fase de trabalho já está concluída e este ano
já se vai concretizar o processamento de vencimentos e compras públicas.Sem
avançar com grandes pormenores, o ministro deu conta aos deputados que a
Guarda Nacional Republicana está a organizar-se “segundo o modelo das
cinco regiões” e que vai deixar “cair o modelo distrital que hoje é
completamente obsoleto”.O governante disse
também que a Polícia de Segurança Pública está a reorganizar o modelo
de comandos metropolitanos que “são hoje uma coisa híbrida e que não
corresponde nem ao distrito, nem à área metropolitana”.