Governo pediu parecer à PGR para saber se isolamento impede direito de voto
Legislativas
5 de jan. de 2022, 15:38
— Lusa/AO Online
Este
pedido de parecer feito por causa das eleições legislativas antecipadas
de 30 de janeiro foi hoje comunicado aos jornalistas pelo Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, no final de mais uma sessão sobre a
situação da Covid-19 em Portugal, no auditório do Infarmed, em Lisboa."O
senhor primeiro-ministro anunciou que a senhora ministra da
Administração Interna terá pedido ao Conselho Consultivo da PGR um
parecer sobre o saber-se se o isolamento impede o exercício do direito
de voto, ou se é possível exercer o direito de voto, em condições de
segurança, apesar do isolamento, isto é, suspendendo o isolamento para
esse efeito – o que reduziria, naturalmente, o número daqueles que não
poderiam se o quisessem exercer o direito de voto", declarou o chefe de
Estado.Marcelo Rebelo de Sousa considerou
que "por todas as vias os poderes públicos estão a fazer o que devem
fazer para assegurar o maior número de votantes nas eleições do dia 30
de janeiro", tendo em conta o número elevado de eleitores que se estima
que nessa altura estarão em isolamento devido à covid-19, superior ao
que se verificou nas recentes presidenciais, regionais dos Açores e
autárquicas.Segundo o Presidente da
República, na reunião de hoje sobre a situação da Covid-19 em Portugal
"esse foi um ponto tratado no final do debate"."E
é um ponto que, por um lado, está a ser acautelado através do aumento
significativo do número de mesas para antecipação de voto – uma maneira
de prevenir aquilo que pode vir a acontecer em termos da tal propagação
nas semanas seguintes é aumentar o número de votantes antecipados",
disse.Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa
adiantou que "está a Direção-Geral da Saúde (DGS) – foi informado aqui –
a estudar o período de isolamento, e da definição desse período de
isolamento depende também o número de cidadãos que poderão ou não
exercer o direito de voto, com uma decisão a breve trecho".Por
último, o chefe de Estado não excluiu um "retoque legislativo que
também ajude a enfrentar esta situação", afirmando que "é uma questão a
ponderar se isso é possível ou não constitucionalmente e se é possível
em tempo útil".Na sede do Infarmed, em
Lisboa, estiveram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o
presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e o
primeiro-ministro, António Costa, a ministra da Saúde, Marta Temido, e
os especialistas.Representantes dos
partidos, das confederações patronais, sindicais e membros do Conselho
de Estado participaram nesta sessão por videoconferência.