Governo parte com "espírito aberto" para negociações com médicos
28 de nov. de 2022, 11:27
— Lusa/AO Online
“Tenho a
certeza de que não vamos poder agradar aos sindicatos em tudo o que
pedirem. Tenho a expectativa de que algumas das nossas ideias serão
acolhidas”, disse Manuel Pizarro.Em Vila
Nova de Gaia, no distrito o Porto, onde participou na conferência “A
Saúde Mental no Pós-Pandemia – Estigma e Combate”, quando questionado
sobre o início das negociações com os sindicatos dos médicos, o
governante frisou a necessidade de diálogo.“Vamos
de espírito aberto e de boa-fé para essas negociações”, resumiu,
lembrando que as negociações estão numa fase “muito embrionária”.“Temos
muitos assuntos em cima a mesa. Temos uma agenda negocial muito vasta. O
nosso objetivo é valorizar as carreiras profissionais”, acrescentou.Manuel
Pizarro recordou que hoje foi apresentado um conjunto de propostas aos
sindicatos e elogiou a entrega dos profissionais de saúde, afirmando que
estes “são o melhor que o Serviço Nacional de Saúde tem”.“Temos mesmo de investir na valorização das carreiras e não estou só a falar dos aspetos remuneratórios”, concluiu.Os
sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde voltam hoje a reunir-se
para uma segunda ronda de negociações, depois do encontro realizado em
09 de novembro que deu início formal a este processo.Nestas
negociações estão em causa matérias como a revisão da grelha salarial
dos clínicos, a definição do regime de dedicação plena e a reorganização
das urgências e do trabalho médico.Após a
primeira reunião, o secretário-geral do Sindicato Independente dos
Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, salientou o “início positivo” das
negociações e adiantou que o encontro de hoje servirá para analisar a
proposta concreta do Ministério da Saúde.Já
o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Noel Carrilho,
referiu que as duas partes já acordaram que “haveria uma tentativa de
antecipar” os prazos que estavam estabelecidos inicialmente nas
negociações.Estas negociações tiveram o
seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a
definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior
ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos
médicos do Serviço Nacional de Saúde no protocolo negocial.Depois
da demissão de Marta Temido, no final de agosto, os sindicatos
representativos dos médicos solicitaram ao Governo a abertura das
negociações, criticando o “total silêncio” do Ministério da Saúde sobre o
processo.