Governo mantém prioridade de descida transversal do IRC e assume discordâncias com FMI
OE2025
2 de out. de 2024, 17:54
— Lusa/AO Online
No
final da reunião da conferência de imprensa do Conselho de Ministros,
António Leitão Amaro foi questionado sobre um relatório do Fundo
Monetário Internacional (FMI), hoje divulgado, que defende que o IRC se
deve reduzir através das derramas e não da taxa nominal, como propõe o
Governo.O ministro começou por defender
que “a conclusão geral” do relatório do FMI é confirmar que o Governo
está numa “trajetória de equilíbrio orçamental, e equilíbrio virtuoso”,
com excedentes orçamentais ligeiros que o FMI “considera adequados”.Quanto ao IRC, admitiu que a perspetiva diferente deste relatório não vai fazer o Governo alterar a sua proposta.“Nós,
obviamente, temos uma ambição, no longo prazo, de poder revisitar as
derramas. Isto consta do programa de Governo, mas a prioridade não é
essa. A prioridade é reduzir o IRC para todos, de uma forma
transversal”, afirmou.O FMI critica também
a medida do IRS Jovem, apontando que "as taxas de imposto preferenciais
baseadas na idade são dispendiosas e aumentam questões de limiar e de
equidade, embora a sua eficácia na redução da emigração seja incerta".“Se
há incerteza na avaliação, há um drama e uma emergência no problema e
nós entendemos que é prioritário tentar atacar esse problema. Em que
termos será a medida final? Tal como foi feito, aliás, no contexto da
concertação social, em que isso é uma prioridade sinalizada, os
contornos concretos obviamente são sujeitos e estão ligados ao processo
de negociação da viabilização do orçamento”, respondeu Leitão Amaro.Questionado
que sinal deu o Governo ao deixar em aberto a definição destas medidas
no acordo tripartido que assinou com os parceiros sociais esta semana,
Leitão Amaro respondeu: “Sinaliza um respeito pelo processo de
negociação com os outros partidos”.“Em
particular, com o maior partido da oposição que assinalou esses dois
temas como temas onde gostava de ver alterações. Se abre a porta a
alguma coisa, abre a porta a uma contraproposta irrecusável”, disse.O
ministro da Presidência sublinhou que os parceiros sociais “aceitaram e
concordaram com estas formulações” apenas por que “percebem o que é que
é o mais importante para o país”.“E o
mais importante para o país, também na ótica dos parceiros sociais que
assinaram o acordo, é existir um orçamento aprovado”, defendeu, dizendo
que muito do que consta no acordo de valorização de rendimentos “implica
uma viabilização do orçamento”.