Governo lança em breve concursos para fechar estabelecimento prisional de Lisboa
26 de dez. de 2022, 18:47
— Lusa/AO Online
Catarina
Sarmento e Castro almoçou com reclusas e seus filhos no
Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, um
gesto que descreveu ser de “solidariedade e de esperança” para com as
mulheres que cumprem pena de prisão, mas também de “gratidão” para quem
diariamente trabalha na cadeia. Em
declarações à margem do almoço, a governante revelou que a “breve prazo”
serão lançados os concursos que vão permitir encerrar o Estabelecimento
Prisional de Lisboa, confirmando que o “seu encerramento está
calendarizado até ao final de 2026”. Segundo
uma nota do Ministério da Justiça, o plano de encerrar gradualmente o
Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) prevê um investimento de 24
milhões de euros até 2026 para remodelar pavilhões prisionais existentes
e subutilizados em Alcoentre, Linhó, Sintra, Tires e Caxias, de forma a
criar vagas que compensem o encerramento daquela prisão, a que maior
população prisional alberga.“O que estamos
a programar, e o que tem vindo a ser feito é, de facto, uma renovação
do edificado da área prisional. Começou-se por Viseu e por Bragança e
agora pretendemos começar a tratar aquilo que é identificado como o que
está em piores condições”, disse a ministra.E
prosseguiu: “seguramente outra prioridade, para além dos prisionais,
será a área tutelar educativa, onde pretendemos introduzir melhorias no
edificado, no que diz respeito aos centros educativos onde estão os
jovens”. “Temos vindo, nos últimos
anos, a reforçar a área da saúde mental com mais médicos e enfermeiros.
Não aconteceu só na pandemia. Nos últimos anos isso tem sido melhorado.
Tencionamos trabalhar essa área, designadamente a área da saúde mental
dos jovens. Contamos, durante o próximo ano, ter novidades relativamente
a isso e investir na área da saúde mental dos jovens”.A
governante terminou o tema enfatizando existir hoje uma “área da saúde
metal mais reforçada na área dos prisionais e na área da reinserção, com
a área tutelar dos jovens”.Sobre a greve
dos guardas prisionais, Catarina Sarmento e Castro, insistiu que a área
da justiça “tem dado muita atenção à área dos guardas prisionais”,
recordando que visitou “15 estabelecimentos prisionais” desde que tomou
posse, há menos de um ano, bem como “três centros educativos”. Ao mesmo tempo, continuou, tem sido dado “ênfase à retribuição dos guardas prisionais”. “Por
exemplo, no sétimo nível remuneratório, os guardas, até 2026, vão
receber mais 333 euros por mês. Penso que isto não é uma coisa pouca. E,
já agora, em janeiro, no nível sete passarão a receber mais 125 euros e
mais 147 euros no nível seguinte por mês. Isso mostra bem o quanto nos
temos esforçado por corresponder, também, a esta área”, reiterou.Questionada
sobre se vê um data para o final da paralisação, passou a bola aos
outros interlocutores, afirmando que “só os guardas prisionais o poderão
dizer”. “Da parte da tutela, penso que
todos os portugueses perceberão que quando estamos a aumentar 333 euros
por mês até 2026 a uma determinada profissão estamos, realmente, a fazer
todo o esforço para conseguirmos retribuir o esforço que também nos dão
todos os dias com o trabalho que fazem nesta área”, insistiu.A
ministra partilhou ainda as suas expectativas sobre o MENAC [Mecanismo
Nacional Anticorrupção] para dizer que “são muito elevadas”.“Um
dos projetos que temos, em termos legislativos, é podermos trabalhar na
recuperação de ativos, isto é, chegarmos, no fundo, onde mais dói às
pessoas que ganham dinheiro com a corrupção, ao seu bolso, recuperando
os ativos que ganharam com essa atividade”, frisou a ministra.