Governo japonês quer 10 mil médicos e enfermeiros nos Jogos Olímpicos

Covid-19

26 de jan. de 2021, 18:41 — Lusa/AO Online

"Estamos a tentar obter o pessoal médico necessário, cerca de dez mil pessoas, pedindo aos médicos e aos enfermeiros para trabalharem, cada um, cerca de cinco dias durante o período dos Jogos", de 23 de julho a 08 de agosto, afirmou a ministra encarregada do evento, Seiko Hashimoto, perante o parlamento. Relativamente poupado, até aqui, pela pandemia, o Japão registou cerca de cinco mil mortos devido à covid-19, mas os médicos já advertiram que o sistema de saúde corre o risco de se "afundar" se os Jogos Olímpicos agravarem o número de infeções. Desde o início do mês que Tóquio e 10 outras regiões estão em estado de emergência para responder a um forte recrudescimento dos contágios no país. Perante estes receios, a oposição no parlamento criticou hoje os planos inalterados do Governo de Yoshihide Suga. A organização continua a debater a questão das infraestruturas médicas necessárias e a forma de "tratar as infeções de covid-19" durante o evento, acrescentou Hashimoto. O agravamento da pandemia em todo o mundo, incluindo no Japão, reavivou as dúvidas sobre a realização de Tóquio2020, já adiados no ano passado devido à covid-19. Várias sondagens recentes mostraram uma queda no apoio à realização de Tóquio2020 na opinião pública japonesa. Na semana passada, o presidente da Associação Médica do Japão, Toshio Nakagawa, advertiu que, nas atuais circunstâncias, seria impossível admitir em hospitais espetadores estrangeiros infetados. Cerca de 11 mil atletas de todo o mundo devem participar nos Jogos Olímpicos, mas responsáveis olímpicos consideraram recentemente a possibilidade de realizar o evento sem espetadores. Os comités olímpicos norte-americano, canadiano e australiano declararam já que iam continuar a preparar os atletas para Tóquio2020. O Comité Olímpico Internacional aconselha oficialmente a vacinação anticovid-19, mas não a pode impor.