Governo já escolheu edifício onde será instalado o Centro de Defesa do Atlântico
13 de mar. de 2018, 09:22
— Lusa/AO Online
“É um centro que
vai ser internacional que tem agora constituído e já preparado o
processo para a sua instalação”, adiantou na segunda-feira aos
jornalistas o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, em Angra do
Heroísmo, na ilha Terceira, onde participou numa conferência em que
apresentou o projeto.Antes,
o governante visitou o edifício de uma antiga unidade de saúde da base
das Lajes, utilizada pela Força Aérea norte-americana, que atualmente
não tem uso e que poderá vir a acolher o centro. “Trata-se
de um edifício muito bem conservado”, salientou Azeredo Lopes,
ressalvando, contudo, que será necessário um investimento avultado em
sistemas de informação e comunicação, porque, além de juntar Força
Aérea, Marinha e Exército, o centro terá uma “aposta muito
significativa” na cibersegurança. O
projeto foi apreciado “em primeira leitura” no último Conselho de
Ministros e dentro de um mês deverá ser criado um grupo de trabalho, que
terá seis meses para apresentar um modelo de implementação, enquanto
paralelamente é feita uma avaliação das necessidades de investimento
para a instalação do projeto no edifício escolhido. “Espero
que a institucionalização possa ocorrer algures perto do fim da
legislatura”, referiu o ministro na conferência, promovida pelo
Instituto Histórico da Ilha Terceira.Segundo
Azeredo Lopes, a ideia conta para já com o interesse dos Estados Unidos
da América e do Reino Unido, mas o objetivo é atrair outros países.“Vai
ser uma estrutura que é promovida por Portugal, que só vai poder
existir tal como foi concebida se for claramente internacional e será
claramente internacional se atrairmos os principais estados que têm
capacidade para falar sobre a segurança do Atlântico”, frisou.O
ministro da Defesa Nacional reconheceu que os Estados Unidos, que nos
últimos anos reduziram a sua presença militar na base das Lajes, são um
“ator importante para credibilizar este tipo de instituição”, mas
afastou a ideia de se criar uma nova dependência de um único parceiro.“O
Centro de Defesa do Atlântico será tanto mais robusto quanto mais
diversificar os ‘stakeholders’. Não pode ser mais um centro
luso-americano. Tem de se abrir a outros participantes, para poder
aspirar a ser centro de excelência NATO”, defendeu.Segundo
Azeredo Lopes, além da projeção da Defesa Nacional que o projeto poderá
dar, esta é, também, “a primeira ideia com pés e cabeça que é
apresentada como alternativa a um uso puramente militar tradicional da
base das Lajes”. “Este
Centro de Defesa do Atlântico vai confirmar que o Estado português
considera como peça pivô da sua política de Defesa Nacional os Açores”,
salientou.O
ministro realçou, por outro lado, “o facto de a NATO ter vindo
recentemente a olhar para o Atlântico”, que estava “remetido para um
plano menos importante”. “Questões
securitárias do norte do Atlântico, questões ligadas à segurança
marítima, especialmente no Golfo da Guiné, convocam de novo os estados
para olharem para este oceano e, necessariamente, para os Açores, pela
crucial posição geopolítica e de centralidade atlântica que os Açores
têm”, observou.Por
sua vez, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro,
que se reuniu com o ministro da Defesa antes da conferência, considerou
que a decisão de instalar o Centro para a Defesa do Atlântico na base
das Lajes “valoriza a ilha Terceira e os Açores”.“Este
assunto é verdadeiramente importante naquela que é uma abordagem nova
ao papel que as Lajes, a ilha Terceira e os Açores podem assumir, não
apenas do ponto de vista instrumental, com a instalação na ilha Terceira
do Centro de Defesa do Atlântico, mas também do ponto de vista do
posicionamento estratégico dos Açores”, apontou.