Governo iraquiano demite militar que devia repor ordem em cidade do sul
28 de nov. de 2019, 16:32
— Lusa/AO online
O governador de
Nassiriya, a 300 km ao sul de Bagdad, tinha pedido ao primeiro-ministro,
Adel Abdel Mahdi, que reconsiderasse a decisão de nomear um militar
para “restaurar a ordem” na cidade, ameaçando renunciar se o general
Jamil al-Chemmari não fosse demitido.A
situação no sul do Iraque tornou-se muito violenta durante a noite de
quarta-feira, quando os manifestantes bloquearam estradas e entraram em
conflito com as forças policiais e militares, que reforçaram a sua
presença nas províncias mais ricas em petróleo.Os
confrontos nessa cidade resultaram na morte de 23 manifestantes e em
165 feridos, segundo fontes médicas e de segurança locais, que referiram
que nas últimas 24 horas morreram 27 pessoas no Iraque devido aos
protestosEste número indica que o dia de
hoje foi um dos mais mortais desde 1 de outubro, quando começaram os
protestos no Iraque para pedir a “queda do regime”, numa altura em que
se assinala o primeiro ano do novo executivo iraquiano, que implementou
uma série de reformas económicas alvo de contestação.Também
na quarta-feira, os manifestantes destruíram o consulado iraniano na
cidade de Najaf e pelo menos 33 pessoas ficaram feridas quando a polícia
disparou munições reais para impedir as pessoas de entrarem no
edifício, tendo sido declarado um recolher obrigatório depois do
incidente.Ainda hoje está prevista a
participação de milhares de iraquianos numa enorme procissão fúnebre no
centro de Nassiriya, apesar de a cidade estar sujeita a recolher
obrigatório.