Governo insiste em Portugal como “porta de entrada” da energia na Europa
31 de ago. de 2022, 09:44
— Lusa/AO Online
Em declarações à agência Lusa e à SIC na
Ribeira Grande, durante o Summer Cemp da Comissão Europeia que está a
decorrer na ilha açoriana de São Miguel, Tiago Antunes defendeu que a
“concretização das interligações energéticas entre Portugal, Espanha e o
resto da Europa” é “uma coisa quase óbvia no contexto geopolítico”
atual.“Portugal, a sua fachada atlântica e
o porto de Sines podem ser uma porta de entrada de energia na Europa
vindo de proveniências muito diversas”, declarou.O
secretário de Estado insistiu que a União Europeia (UE) precisa de
“encontrar alternativas ao fornecimento de matérias-primas energéticas
vindas do leste, designadamente da Rússia”.“Esta
ideia está a fazer o seu caminho. Achamos que este é o momento. Este é o
contexto ideal para de uma vez por todas concretizar essa necessidade
importante que Portugal tem vindo a defender a nível europeu”, afirmou.Tiago Antunes defendeu que a península ibérica “tem de deixar de ser uma ilha energética” no contexto europeu.“No
futuro, temos um potencial enorme para a produção de gases renováveis
em particular de hidrogénio verde, que podemos produzir de forma barata e
de forma bastante eficiente em Portugal e que podemos exportar para o
resto da Europa”, acrescentou.Apesar de
reconhecer que “tem sido difícil concretizar essa ideia”, o secretário
de Estado salientou que a ligação energética via Portugal tem “cada vez
mais adeptos”, dando o exemplo das declarações do chanceler Olaf Scholz,
que apelou à construção do gasoduto para reduzir a dependência de gás
russo.“Só deixaremos de ter essas
dependências e essas vulnerabilidades energéticas a que agora estamos a
assistir quando tivermos um verdadeiro mercado europeu de energia,
plenamente integrado e para isso temos de ter ligações”, reforçou. A edição Summer Cemp de 2022 começou no sábado e termina hoje na cidade da Ribeira Grande, na costa norte da ilha de São Miguel.