Governo holandês fecha portos aos navios de passageiros provenientes do Reino Unido
Covid-19
21 de dez. de 2020, 08:56
— Lusa/AO Online
"Os navios que navegam para a
Holanda a partir do Reino Unido deixam de poder transportar passageiros a
partir de agora", anunciou o Governo.Apenas
os 'ferries' que transportam camiões e os respetivos condutores serão
autorizados a desembarcar nos portos de Hoek van Holland, Roterdão e
Ijmuiden, acrescentou o executivo holandês num comunicado de imprensa. Haia
não especifica se os ferries noturnos, que deveriam deixar o Reino
Unido esta noite para chegar à Holanda na segunda-feira de manhã serão
autorizados a deixar desembarcar os passageiros.O
Governo holandês começou por suspender hoje os voos de passageiros
provenientes do Reino Unido, após a notícia do aparecimento em dezembro
de um caso de contaminação na Holanda com uma nova variante mais
contagiosa do vírus SARS-CoV-2, que se encontra com grande propagação no
Reino Unido.Haia não tinha ainda
esclarecido se iria alargar a proibição à entrada de viajantes do Reino
Unido às companhias de navegação e ferroviárias.Como medida de precaução, a Stena Line e o Eurostar, que operam entre o Reino Unido e a Holanda, já anunciaram restrições.Como
resultado da "decisão do Governo belga de fechar a fronteira com o
Reino Unido", a ferroviária Eurostar anunciou que iria parar o seu
tráfego para Amesterdão a partir de segunda-feira.A Stena Line, a companhia de navegação que opera entre o Reino Unido e os Países Baixos, disse que tinha suspendido as reservas.A
decisão em Haia de proibir os voos do Reino Unido veio horas depois de o
governo britânico ter anunciado que estava a reconfinar Londres e o
sudeste de Inglaterra numa tentativa de travar um surto de contaminação
atribuído a uma nova estirpe do vírus.Vários
países europeus, incluindo a França, Alemanha, Áustria, Irlanda,
Holanda, Bélgica ou Bulgária, anunciaram já o cancelamento das ligações
aéreas com o Reino Unido. Os países
europeus estarão a discutir em paralelo uma resposta comum relativa às
ligações marítimas, ferroviárias e rodoviárias com o Reino Unido,
segundo fonte do Governo alemão, que até final do ano detém a
presidência rotativa da União Europeia.O
Ministério dos Negócios Estrangeiros português indicou hoje à Lusa que
Portugal segue “com atenção” a evolução da situação epidemiológica no
Reino Unido e está a privilegiar a “cooperação estreita” entre as
autoridades de saúde dos dois países. Em
Portugal não foi identificada, até ao momento, a nova estirpe do
SARS-CoV-2 que apareceu no Reino Unido, disse à Lusa fonte oficial do
Instituto Ricardo Jorge.O aparecimento de
uma nova variante do vírus forçou as autoridades britânicas a
estabelecer duras medidas restritivas em parte do país devido ao
alarmante aumento do contágio.Dados os
indícios científicos de que a nova estirpe acelera a transmissão até
70%, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi forçado a
modificar os planos para os movimentos da população britânica neste
Natal.As autoridades britânicas alertaram a
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante
do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja
provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das
vacinas desenvolvidas e, na sequência do alerta britânico, a OMS apelou
aos seus membros na Europa para “reforçarem os controlos”.