Governo garante que Portugal está preparado caso se confirmem casos no país
26 de fev. de 2020, 15:47
— Lusa/AO online
Escusando-se
a comentar as declarações feitas na terça-feira pelo Presidente da
República, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o Covid-19
pode transformar-se num “problema europeu”, o ministro dos Negócios
Estrangeiros sublinhou que o coronavírus “já é um problema global” que
só pode ser enfrentado com ações concertadas.A
Organização Mundial de Saúde “está a coordenar um esforço interno muito
importante, quer de apoio aos países que mais têm sofrido com esta
epidemia, a começar pela República Popular da China, quer na concertação
das ações que tomamos para permitir o estancamento primeiro e depois a
redução e eliminação” da epidemia, disse à saída de uma comissão
parlamentar sobre assuntos europeus.Augusto
Santos Silva também sublinhou a cooperação entre países europeus,
referindo as reuniões semanais para controlo feitas pelos
Estados-membros da União Europeia desde hoje, e não descartou a eventual
necessidade de encerrar fronteiras.“Vivemos
num espaço europeu em que uma das grandes riquezas é ser um mercado
único e um espaço de livre circulação”, mas “evidentemente, esse espaço
de livre circulação tem de ser compatível com medidas técnicas que sejam
necessárias para evitar a transmissão de doença”, afirmou.Lembrando
que o controlo de fronteiras não é uma responsabilidade do seu
ministério, Santos Silva adiantou que é preciso agir “com cautela” e
adaptar “as medidas à evolução do conhecimento que vamos tendo, às
sugestões que fazem as pessoas que têm capacidade técnica para lidar com
estes fenómenos e também em função da coordenação com os parceiros
europeus”“O que faz sentido é que a
decisão seja articulada”, reforçou, explicando a vontade expressa por
alguns países de fechar fronteiras só seria incompatível com as regras
europeias se fossem decisões unilaterais.“Nós
beneficiaremos se a nossa decisão for concertada e é nesse trabalho de
concertação que estamos empenhados ao nível europeu”, concluiu.O
balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos
2.763 mortos e cerca de 81 mil infetados, de acordo com dados reportados
por mais de 40 países e territórios.Além
de 2.717 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado,
há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão,
Filipinas, França e Taiwan.A Organização
Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de
saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual
pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e
Irão nos últimos dias.Em Portugal, já houve 17 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises.O
único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um
tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da
cidade japonesa de Okazaki, situada a cerca de 300 quilómetros a
sudoeste de Tóquio.