Governo fez já mais pela mobilidade das regiões do que o PS em 9 anos
30 de out. de 2024, 16:03
— Lusa/AO Online
Numa
intervenção política no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira,
no Funchal, o deputado social-democrata Bruno Melim declarou que o
anúncio feito no domingo pelo primeiro-ministro, no encerramento do
congresso do PSD/Açores, relacionado com a redução das tarifas aéreas
veio “tornar o país mais próximo”.Em causa
está uma diminuição de 10% nas ligações entre a Madeira e o território
continental (tal como entre os Açores e o continente) e de 33% entre as
duas regiões autónomas.Presentemente os
residentes na Madeira pagam, na generalidade, 86 euros nas ligações com
Lisboa ou o Porto, ou 65 euros no caso dos estudantes deslocados, mas
vão passar a pagar 77,4 e 57 euros, respetivamente.“Durante
nove anos não houve qualquer alteração porque o PS e António Costa
[primeiro-ministro socialista] não tinham qualquer interesse” em alterar
o regime do subsídio de mobilidade, revelando “desprezo, centralismos e
arrogância para com a Madeira e os madeirenses”, argumento Bruno Melim.Segundo
o social-democrata, houve “falta de vontade política do PS, que não fez
nada em nove anos” para alterar a situação, e “em seis meses
produziu-se mais do que em nove anos”.Ainda
assim, acrescentou, “apesar deste esforço e sinal positivo” da
República e da “evolução positiva do tarifário”, persistem preocupações e
“o intuito de melhorar o regime poderia ter ido mais além” – a Madeira
tem reivindicado que os residentes na Madeira não tenham de pagar o
valor total das passagens no ato de compra e receber o reembolso apenas
após comprovar a realização das viagens.As
passagens têm um teto de 400 euros, pelo que, além do valor da tarifa
(os atuais 86 euros, que vão baixar para 77,4), é necessário o residente
suportar qualquer montante que ultrapasse essa meta dos 400 euros.Bruno
Melim salientou ainda ser necessário “que se desmaterialize todo o
processo” do subsídio social de mobilidade, combatendo a fraude nesta
matéria. Em debate esteve também um
projeto de proposta de lei à Assembleia da República que visa a
majoração de todos os apoios e prestações sociais.A
deputada social-democrata Rubina Leal destacou que o Estado já assume a
majoração de vários apoios como o Rendimento Social de Inserção,
subsídios de paternidade, maternidade e adoção, e subsídio de
insularidade para os funcionários da administração pública. "Nas
Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, e como forma de compensar os
custos de insularidade e ultraperiferia, as prestações sociais
atribuídas no âmbito do sistema de proteção social de cidadania são
majoradas de acordo com o acréscimo percentual da retribuição mínima
mensal garantida em vigor na região", propõe o PSD no articulado do
diploma.Entre as críticas ao projeto, o
deputado do Chega Miguel Castro considerou que este tipo de medidas é
“uma fuga clara para as verdadeiras reformas que são precisas”, enquanto
o eleito único da Iniciativa Liberal (IL), Nuno Morna, criticou a
persistência da “economia assistencialista” ao fim de 50 anos de
autonomia e “a opção por subsídios em vez da redução de impostos”
prevista na Lei de Finanças Regionais. Um
projeto de decreto legislativo regional da autoria do PS para
estabelecer o regime jurídico do inventário florestal da Madeira esteve
também em discussão, tendo o deputado Victor Freitas sustentado ser
necessário aprofundar o debate e “saber da saúde e do estado da
floresta”, por a matéria vir sendo adiada nos vários programas do
Governo Regional do PSD.O socialista
mencionou que o executivo madeirense lançou o concurso para a elaboração
do 3.º Inventário Florestal e que o mais recente é de 2015.“Para
quê legislar sobre aquilo que já se faz?”, questionou a deputada do PSD
Joana Silva, realçando que há um inventário florestal de 2008 e outro
de 2015, e que o próximo está previsto para 2025, o que cumpre a
determinação de atualização do documento a cada 10 anos.