Governo está a trabalhar com operadores e regulador para criar tarifa social para internet
Covid-19
22 de abr. de 2020, 11:39
— Lusa/AO Online
O Plano de Ação para a Transição Digital, publicado em Diário da República, apresenta 12 medidas, entre as quais o
programa de digitalização para as escolas e a tarifa social para
serviços de internet."Achamos que à data
de hoje o fator de carência económica é, em alguns casos, condicionante
daquilo que é a infoinclusão de algumas franjas da população", afirmou
André de Aragão Azevedo, quando questionado pela Lusa sobre a tarifa
social para a internet."Estamos a
trabalhar com operadores e regulador no sentido de criarmos condições de
disponibilidade" de uma tarifa social para "faixas mais vulneráveis da
população", avançou, defendendo a universalidade e inclusão de todos no
acesso à internet.Para o governante,
trata-se de "um serviço básico e essencial nos dias de hoje" e que, por
isso, "é essencial que ninguém fique de fora deste processo de
digitalização".Questionado sobre se esta
tarifa social de acesso a serviços de internet poderá estar disponível
este ano, André de Aragão Azevedo não avançou datas, referindo que a
solução a ser encontrada decorrerá da "negociação com outras partes".O
objetivo é a criação de uma tarifa social de acesso a serviços de
internet que permita a utilização mais generalizada desta ferramenta, de
forma a promover a inclusão e a literacia digital nas camadas mais
desfavorecidas da população, de acordo com a resolução do Conselho de
Ministros n.º 30/2020 que aprovou o Plano de Ação para a Transição
Digital."O pacote legislativo digital que
foi hoje publicado em Diário da República é composto por três diplomas",
referiu o governante, adiantando que um é sobre o Plano de Ação para a
Transição Digital, outro sobre a criação da Estrutura de Missão Portugal
Digital e, por último, o que estabelece os princípios gerais para a
criação e regulamentação das Zonas Livres Tecnológicas.O
Plano de Ação para a Transição Digital traduz-se, "na prática, num
guião daquilo que é o nosso plano das múltiplas dimensões da transição
digital em Portugal", prosseguiu o secretário de Estado, referindo que
já havia várias iniciativas em Portugal "bem-sucedidas, mas eram
avulsas".Este guião tem como linhas de
aposta as áreas de competência, com investimento na qualificação das
pessoas, a transformação das empresas por via da dinâmica digital e a
digitalização da Administração Pública.O
Plano de Ação assenta em "três grandes pilares de atuação": capacitação e
inclusão digital das pessoas, transformação digital do tecido
empresarial, e digitalização do Estado, de acordo com a resolução
publicada hoje em Diário da República.O
documento apresenta seis catalisadores de transição digital em Portugal:
regulação, privacidade, cibersegurança e ciberdefesa; economia circular
dos dados; conectividade e infraestrutura; tecnologias disruptivas;
alinhamento com a estratégia digital europeia; e comunicação e promoção."Houve
um esforço de sistematização e organização" na elaboração deste plano,
referiu o secretário de Estado, apontando ainda a criação da "marca
digital" Portugal Digital."Precisávamos de
uma marca agregadora para nos posicionarmos internacionalmente, que
tivesse capacidade de narrativa mais eficaz", salientou André de Aragão
Azevedo.A Estrutura de Missão Portugal
Digital fará o acompanhamento das medidas de execução do programa do
Governo relativas à transição digital e de apoio à coordenação das
políticas públicas em matéria de transformação digital da sociedade e da
economia, ficando na dependência do ministro de Estado, da Economia e
da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.Questionado
quando é que a estrutura - que terá nove pessoas - estará operacional, o
secretário e Estado disse que será um processo célere.Relativamente
ao diploma sobre Zonas Livres Tecnológicas, o governante referiu que
este visa "implementar um quadro que torne a experimentação e inovação
em determinados setores mais fáceis e mais simples".