Governo está a "criar condições" para adeptos regressarem
5 de ago. de 2020, 15:54
— Lusa/AO Online
Na conferência
‘Futebol Profissional e Economia Pós COVID-19’, promovida pela Liga
Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), em Oeiras, Pedro Siza Vieira
disse entender as pretensões da Liga e dos clubes para que as bancadas
possam ter público, mas sublinhou que ainda “não há resposta” para essa
ambição.“Esse é um processo que está
dependente da evolução das condições sanitárias. Estamos focados em dar
passos seguros que permitam controlar o contágio e de forma a que o
sistema de saúde esteja sempre à altura de poder dar uma resposta
eficaz”, disse.De acordo com o governante, “é muito importante” que não se tomem decisões em que depois haja a “necessidade de voltar atrás”.“Queremos
que o próximo campeonato se inicie e decorra até ao fim sem
interrupções. O pior que podia acontecer seria tomarmos uma decisão de
maior liberdade e mais tarde termos de voltar atrás”, disse, admitindo
que a ausência de adeptos nos estádios de futebol traz “consequências
económicas graves” para o setor.Pese
embora as dificuldades económicas do futebol, Pedro Siza Vieira deixou
elogios ao percurso feito e à resposta que o setor deu aos desafios
colocados pela pandemia de covid-19.“Tal
como fez a economia em geral nas últimas décadas, também o futebol
apostou na qualificação dos recursos humanos, no apuramento de talento,
numa aposta muito maior no conhecimento e inovação, o que lhe permitiu
crescer em competitividade e trouxe uma melhoria muito significativa do
desempenho”, adiantou o ministro da Economia e Transição Digital.Quanto
ao caminho a seguir, o governante desafiou os agentes do futebol a
terem um olhar crítico e a aproveitarem este período para corrigirem
erros do passado.“Algumas das desvantagens
da nossa economia também se refletem no futebol: a pequena escala do
nosso mercado traz dificuldades em atrair recursos e investimento. É
preciso ter escala e mercado para que não se limite a ambição das nossas
empresas. Há também um défice crónico de capital, uma subcapitalização
dos agentes económicos que limita a competitividade. São fragilidades da
nossa economia que a pandemia tornou mais evidentes”, admitiu.Para
o futebol, o ministro pediu que se mantenha o “esforço articulado”,
pois “continuará a haver muitas limitações à forma como a atividade se
desenvolve”, o que “inevitavelmente criará dificuldades adicionais para
algumas empresas”.“É tempo de encarar
alguns problemas estruturais do futebol de forma mais decidida, vencendo
constrangimentos que em tempos normais seríamos tentados a adiar. Estes
tempos exigem determinação para verificar de que forma podemos
construir uma economia mais resistente, empresas mais produtivas e
competitivas”, prosseguiu o ministro.A
finalizar, deixar um desafio: “É o tempo de pensar fora da caixa, ir
mais longe, com novas ideias. Essa é a mais importante questão que temos
pela frente”.