Governo e sindicatos concluem negociações do tempo de serviço dos professores
6 de jun. de 2024, 16:09
— Lusa/AO Online
O diploma para a
recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias “mantém-se tal e qual
como estava” há duas semanas, quando cinco das 12 organizações sindicais
se recusaram a assinar o acordo por considerarem que ficavam de fora
milhares de docentes, revelou o secretário de estado Adjunto e da
Educação, Alexandre Homem Cristo.“Manteve-se
o compromisso que tínhamos com as sete organizações sindicais com quem
então chegámos a acordo”, disse o governante no final das reuniões de
negociação suplementar pedidas pelas outras estruturas sindicais:
Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Associação Sindical de
Professores Licenciados (ASPL), Sindicato dos Educadores e Professores
Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades
(SEPLEU), Pró-Ordem, e Sindicato de Todos os Profissionais de Educação
(STOP).Para Alexandre Homem Cristo, o
encontro de hoje foi acima de tudo uma “reunião de esclarecimento” que
serviu para “ajudar os sindicatos a perceber algumas cláusulas e pontos
do acordo”.O secretário de Estado
salientou que o diploma, que deverá ser publicado em breve, representa
uma “melhoria de vida para os professores num horizonte de três anos e
meio”, com “90% dos professores” a chegar aos últimos escalões da
carreira e “100 mil a beneficiar já em setembro”.No
entanto, as cinco estruturas sindicais que hoje estiveram no ministério
não esquecem os outros "25 mil docentes que ficam de fora e não serão
beneficiados pelo diploma", salientou Fátima Ferreira, da ASPL.O Governo considera que este é um dossier que está encerrado, avançando agora para a publicação do diploma e sua implementação.No
entanto, a Fenprof acredita que o diploma ainda poderá ser melhorado e
por isso vai enviá-lo para a Assembleia da República, revelou o
secretário-geral Mário Nogueira no final da reunião.O
ministério, por seu lado, já está a pensar “na resolução de outros
problemas”: “O próximo passo é lidar com assuntos que também são
urgentes para a vida dos professores e das escolas, desde logo a
mobilidade por doença e enquadramento do pessoal não docente”, anunciou
Alexandre Cristo.A tutela vai enviar hoje
uma convocatória para que possam arrancar as negociações com os
sindicatos que representam os professores e pessoal não docente.Tal
como a Fenprof, as outras quatro estruturas sindicais também não
assinaram o acordo para a devolução faseada dos seis anos, seis meses e
23 dias de tempo de serviço até 2027. “A
pior das expectativas concretizou-se”, disse, por seu turno Daniel
Martins, do Stop, à saída da reunião, revelando que a maioria dos
docentes está contra este diploma.Entre 27
e 29 de maio, o Stop realizou vários plenários, que envolveram “cerca
de mil professores”, tendo 85% dos docentes votado contra o diploma, com
um número muito residual a favor da assinatura do diploma, disse Daniel
Martins.