Governo e parceiros sociais voltam a reunir-se na Concertação Social
14 de dez. de 2022, 11:14
— Lusa/AO Online
Na reunião anterior, o
Governo apresentou uma proposta às confederações patronais e às centrais
sindicais para permitir que as empresas usem as verbas que descontaram
nos últimos anos para o FCT em apoio à formação e custos com habitação
de jovens trabalhadores, disse então a ministra do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.A
medida já estava prevista no acordo de médio prazo de melhoria dos
rendimentos, assinado em outubro entre o Governo, a UGT e as quatro
confederações patronais (CIP, CCP, CAP e CTP), estando agora a
regulamentação da medida a ser discutida entre os parceiros sociais.Questionada
sobre se serão alocados os cerca de 600 milhões de euros que estão no
FCT, Ana Mendes Godinho disse que "há uma parte" do fundo que vai ser
transferida para o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT)
para garantir que as empresas que não podem pagar compensações por
despedimentos o possam usar para esse efeito.As
confederações patronais exigem há anos mudanças no FCT, defendendo que o
fundo tem centenas de milhões de euros que estão parados e que são
necessários à economia.O FCT é um fundo
financiado pelas entidades empregadoras, através de contribuições
mensais de cerca de 1% sobre contratações feitas desde final de 2013,
com vista ao pagamento de parte do valor das indemnizações por cessação
do contrato de trabalho.O fundo foi criado
na altura da ‘troika’ e serviu então como contrapartida pelas
alterações à lei laboral, nomeadamente a redução do pagamento das
compensações por despedimento. Outro dos
pontos da reunião de hoje é a apresentação pelo Governo da Comissão para
a Sustentabilidade da Segurança Social, criada em julho, cujo objetivo
consiste na realização de um livro verde para a sustentabilidade do
sistema previdencial, em concreto no que respeita às pensões, segundo o
despacho então publicado.A comissão conta
com o apoio técnico e é coordenada pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT), sendo representada pela especialista Mariana Trigo
Pereira.Integram ainda a comissão oito
especialistas: Susana Peralta, Maria Teresa Garcia, Armindo Silva,
Noémia Silva Goulart, Ana Alexandre Fernandes, Amílcar Moreira, o
ex-ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral e o diretor do Centro
Nacional de Pensões, Vítor Junqueira de Almeida."O
relatório final da Comissão deverá ser apresentado ao Governo até 30 de
junho de 2023, sem prejuízo da elaboração de relatório preliminar, até
final do 1.º trimestre desse ano", estabelece o despacho.