Governo e empresários concordam em agilizar plataformas de TVDE
18 de abr. de 2024, 17:52
— Lusa
“Consideramos
importante, e até mesmo fundamental, que se proceda a alterações ao
diploma que facilitem e promovam a entrada de operadores nesta
atividade”, disse hoje a secretária regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas, Berta Cabral.A governante falava durante uma audição parlamentar na Comissão de Economia da Assembleia Regional.Os
deputados açorianos ouviram a secretária regional a propósito de uma
proposta apresentada pelo deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno
Barata, que pretende agilizar a instalação de plataformas TVDE nos
Açores (idênticas às utilizadas pela UBER e pela BOLT, por exemplo), uma
vez que a legislação existente na região, aprovada em 2022, é
“demasiado restritiva”.“Apesar de o
parlamento dos Açores ter criado legislação própria para regular esta
atividade na região, nestes dois anos não apareceu um único operador
interessado em instalar-se aqui”, recordou Nuno Barata, admitindo que
algumas das regras impostas pelo diploma regional dificultam o
licenciamento de novos operadores.A
legislação aprovada nos Açores exige que as empresas que pretendessem
instalar-se na região tivessem sede nas ilhas e que as viaturas a
utilizar nas plataformas TVDE fossem todas elétricas, obrigações que os
deputados e o próprio executivo, admitem agora que possam ter sido
“excessivas”.“O diploma aprovado em 2022
não cumpriu o seu objetivo na medida em que não conseguiu atrair
interessados para exercer esta atividade nos Açores”, reconheceu Berta
Cabral, admitindo que o regime açoriano “é objetivamente mais restritivo
do que aquele que existe no continente e mesmo na Madeira”.Também
Mário Fortuna, da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, considera
que é preciso agilizar a legislação regional, no sentido de atrair novos
empresários para uma atividade que considera ser importante para o
desenvolvimento do turismo e para a criação de novos postos de trabalho.“Estas
plataformas são formas de criar empregos locais e de proporcionar
serviços convenientes que os turistas conhecem e gostam de utilizar”,
lembrou o empresário açoriano, também ouvido hoje na Comissão de
Economia do parlamento açoriano.No seu
entender, o que está em causa com estas alterações à legislação que
regula a atividade do transporte individual de passageiros via
plataforma eletrónica é garantir “a competitividade” dos Açores nesta
área.“Ou acompanhamos os tempos, ou então ficamos para trás”, frisou.“Em
qualquer canto do mundo para onde vamos temos esta tipologia de
serviços e os turistas, quando viajam, esperam encontrar plataformas que
façam isso”, lembrou Mário Fortuna, considerando que “não faz sentido”
que se exija mais da legislação regional que regula a atividade, do que
aquilo que existe noutros mercados.Apesar
da alteração legislativa proposta pela IL ser, aparentemente,
consensual, alguns partidos com assento parlamentar suscitaram dúvidas
em relação a algumas obrigações específicas que entendem ser necessário
aplicar aos operadores que pretendam instalar-se nos Açores.A
deputada socialista Marlene Damião entende que os motoristas destas
plataformas eletrónicas devem ser “obrigados” a ter formação adequada à
profissão, sobretudo na área do turismo, ao passo que António Lima, do
Bloco de Esquerda, manifestou preocupações com a precariedade dos
contratos de trabalho que existem neste setor.