Governo dos EUA continua execuções em série de pena de morte
11 de dez. de 2020, 18:37
— Lusa/AO Online
O Governo do Presidente Donald Trump
está a acelerar o ritmo das execuções de prisioneiros condenados à
morte, anunciando cinco desde a passada semana e até poucos dias antes
da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden, em 20 de janeiro.Se
vierem a realizar-se estas cinco execuções terá havido 13 desde julho,
quando o Governo do Presidente Donald Trump retomou a concretização das
penas de morte, apesar da redução de apoio a este género de sentença
dentro dos partidos Republicano e Democrata.Hoje,
chegou a vez da execução de Alfred Bourgeois, de 56 anos, cujos
advogados dizem que tem um QI que o coloca na categoria de deficientes
mentais, alegando que esse fator o deveria ter tornado inelegível para a
pena de morte, segundo a lei federal.Bourgeois
será o décimo preso federal no corredor da morte desde a retomada das
execuções federais sob o Presidente Donald Trump, em julho, e após um
hiato de 17 anos.Os advogados de Bourgeois
afirmam que a aparente pressa do Presidente republicano em realizar as
execuções antes da tomada de posse de Joe Biden, que é um adversário da
pena de morte, privou o seu cliente dos seus direitos de esgotar as
opções legais.Vários tribunais de recurso
concluíram que nem as evidências nem a lei criminal sobre a deficiência
intelectual apoiam as reivindicações da equipe jurídica de Bourgeois.Na
quinta-feira, um outro preso federal, Brandon Bernard, foi executado
por causa da sua participação no assassínio de um casal religioso de
Iowa, em 1999, depois de ele e outros membros adolescentes de um gangue
de rua terem roubado e sequestrado e roubaram Todd e Stacie Bagley no
Texas. Várias figuras conhecidas,
incluindo a estrela de ‘reality show’ Kim Kardashian West, pediram a
Trump para comutar a sentença de Bernard para prisão perpétua, alegando,
entre outras razões, a juventude de Bernard na época do crime e o
remorso que ele expressou ao longo dos anos.